Dados do Trabalho
Título
Análise espacial da Tuberculose e sua associação com indicadores sociodemográficos em uma região do estado de São Paulo, Brasil
Introdução
Para melhor compreender a manutenção e propagação da Tuberculose (TB) nos territórios, e aperfeiçoar sua vigilância, controle e prevenção, as análises espaciais mostram-se como ferramentas importantes, já que permitem a identificação de áreas de risco para a doença e sua associação com indicadores sociodemográficos. No Brasil, o estado de São Paulo ainda apresenta elevado coeficiente de incidência para a doença (42,0/100 mil hab.).
Objetivo (s)
Investigou-se a distribuição espacial da TB e sua relação com indicadores sociodemográficos no Grupo de Vigilância Epidemiológica XV/ Bauru (GVE XV) do estado de São Paulo.
Material e Métodos
Estudo exploratório ecológico, realizado com informações sociodemográficas e operacionais dos 38 municípios pertencentes ao GVE XV, incluindo os dados de unidades prisionais (UP) (2 Centros de Ressocialização, 1 Centro de Detenção Provisória, 3 Centros de Progressão Penitenciária e 8 Penitenciárias), de casos notificados pelo SINAN no período de 2014 a 2018. Foi conduzido o teste de correlação de Spearman com diferentes variáveis (número de Equipes de Saúde da Família (EsSF); % de pessoas cobertas por EqSF; Índice de Vulnerabilidade Social; Índice de Desenvolvimento Humano Municipal; média da taxa de homicídios (2014-2018); número de UP; densidade demográfica; incidência e prevalência), uma análise bayesiana empírica local e de autocorrelação espacial bivariada com Índice de Moran Local. O estudo dispensa apreciação de CEP.
Resultados e Conclusão
A incidência e prevalência da TB no GVE XV apresentaram uma média de 27,88 e 33,30 por 100 mil habitantes, com heterogeneidade entre os 38 municípios. Apenas o número de UP apresentou associação significativa (p<0,05) com as taxas de incidência e prevalência. Os municípios de Balbinos, Getulina, Pirajuí e Reginópolis, que contêm em seus territórios todas as Penitenciárias do GVE XV, as quais estavam superlotadas (média de 193,1%), apresentaram as maiores taxas de incidência e prevalência. Não foi observada significância estatística na análise bivariada de Moran. Dessa forma, as UP, especialmente as Penitenciárias, mostraram-se como fatores importantes para a manutenção e propagação da doença no GVE XV, o que pode estar ligado ao maior tempo de encarceramento, aumentando o risco de transmissão interna e externa. Enfatiza-se a necessidade de ações estratégicas personalizadas que concentrem esforços em áreas de risco para o controle da TB.
Palavras Chave
Tuberculose; Análise Geoespacial; Indicadores Sociodemográficos; Unidades Prisionais; Grupo de Vigilância Epidemiológica
Área
Eixo 13 | Tuberculose e outras Microbactérias humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Bruna Eduarda Bortolomai, Nathan Guilherme Oliveira, Raissa Campos Rotelli, Lavínia Cássia Ferreira Batista, Marcos Henrique Sobral, Ida Maria Foschiani Dias Baptista