Dados do Trabalho

Título

Aedes albopictus em fragmentos de Mata Atlântica dentro de área urbana em João Pessoa-PB: altas prevalências e dificuldade no controle propiciam o seu protagonismo na transmissão da Dengue

Introdução

O Aedes aegypti é o principal transmissor de arboviroses como a dengue, chikungunya e zika, doenças que afetam constantemente a população. Entretanto, há outro potencial vetor para os vírus citados, o Aedes albopictus, ele possui diversas semelhanças com o Ae. aegypti, incluindo o ciclo de vida, características morfológicas e o fato de serem hematófogos, porém, enquanto a presença de Ae. aegypti é associada com zonas urbanas, o Ae. albopictus é normalmente encontrado em áreas de mata. O campus I da Universidade Federal da Paraíba, localizado na região metropolitana de João Pessoa, possui um fragmento da mata atlântica com o qual a população está em constante contato, o que possibilita que o Ae. albopictus atue como transmissor da dengue.

Objetivo (s)

Analisar a prevalência  de Ae. aegypti e Ae. albopictus no fragmento da mata atlântica da UFPB durante o período de oito meses (09/2023 - 04/2024) relacionando sua presença com a sazonalidade local.

Material e Métodos

Foram distribuídas 18 ovitrampas em nove pontos cobrindo toda a área da universidade próxima à mata e realizadas coletas semanais em cada ponto. As larvas foram levadas ao laboratório, colocadas em insetários até a fase adulta e consequente identificação por meio de chave dicotômica. Os dados de sazonalidade foram fornecidos pelo INMET, a análise estatística realizada com o programa GraphPad Prism 8.0.

Resultados e Conclusão

 Durante todos os meses a maior predominância foi de Ae. albopictus quando comparado ao Ae. aegypti, cerca de 64,7% a mais. Os meses de março e abril tiveram maior presença de Ae. albopictus, 171 mosquito/mês, e outubro e novembro os de menor, 53 mosquito/mês. Para Ae. aegypti, os meses de janeiro e março foram os de maior prevalência, 32.5 mosquito/mês, e outubro e fevereiro os de menor, 13.5 mosquito/mês. O mês em comum de maior prevalência de ambas as espécies foi março, com a maior temperatura registrada, 29.2 °C, e de maior precipitação, 233.6 mm, o de menor prevalência foi outubro, com a temperatura de 27.7 °C e de menor precipitação, 15,6 mm. Concluímos que mesmo em ambientes considerados urbanos, quando há contiguidade com fragmentos de mata, como ocorre em cidades como João Pessoa-PB,  o Ae. albopictus pode ser mais prevalente que o Ae. aegypti, podendo assumir o papel de principal vetor de arboviroses nessas localidades, fato preocupante que dificulta ações de controle em ambiente silvestre, além disso, vimos que a precipitação afetou diretamente a presença de ambas as espécies.

Palavras Chave

Aedes aegypti; Arboviroses; Sazonalidade.