Dados do Trabalho

Título

Análise da Investigação dos casos novos de hanseníase com GIF2 no Brasil, 2023

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae. Em 2023, o Ministério da Saúde (MS) deu início à vigilância do Grau 2 de Incapacidade Física (GIF2) por meio do Sistema de Investigação do GIF2 (SIGIF2), para investigar as circunstâncias determinantes e implementar ações de redução do diagnóstico tardio.

Objetivo (s)

Descrever os casos novos de hanseníase com GIF2 investigados no SIGIF2, por unidade Federativa, em 2023.

Material e Métodos

Estudo descritivo que considerou as 27 unidades Federativas (UF) como unidades de análise. A população do estudo compreendeu os casos novos de hanseníase diagnosticados com GIF2 notificados no Sinan e investigados no SIGIF2. Os dados do Sinan utilizados estão disponíveis no DATASUS e os dados do SIGIF2 foram anonimizados e disponibilizados pelo MS, não sendo necessária aprovação de Comitê de Ética. Os softwares Microsoft Excel. Stata 14.0, IBM SPSS Statistics 19 e Knime foram utilizados para tratamento, organização e análise dos dados.

Resultados e Conclusão

Dos 2.051 casos registrados com GIF2 no diagnóstico, 346 foram investigados no SIGIF2 (16,9%). Paraíba (108,3%), Rondônia (80,0%) e Goiás (61,5%), apresentaram as maiores proporções de investigação do GIF2. Já Bahia (26,7%), Pará (26,0%) e Rio Grande do Sul (28,6%), apresentam as proporções mais baixas. O Amazonas (35,8%), São Paulo (38,0%) e Minas Gerais (32,9%) demonstraram proporções próximas da média nacional. A maioria dos casos investigados apresentou o GIF2 confirmado (n=272; 78,6%). Destacam-se São Paulo e Minas Gerais, com 87,7% e 63,5% de confirmação do GIF2. 62,7% das investigações ocorreram dentro do prazo - período de até 60 dias após o diagnóstico, já Amazonas (89,5%) e Rio Grande do Sul (75%) registraram as maiores proporções de investigação fora do prazo. Sobre o equívoco na atribuição do GIF2, em 59,5% dos casos a atribuição incorreta se deu devido a problemas na avaliação neurológica e/ou atribuição do grau. Conclui-se que a investigação dos casos de GIF2 no SIGIF2 ainda é baixa e apresenta desafios na maioria das UF do Brasil. A qualidade da avaliação neurológica e da atribuição do grau precisa ser aprimorada para evitar equívocos. Assim, a capacitação de profissionais e aprimoramento da vigilância do GIF2 deve ser reforçadas para melhor manejo clínico do paciente. 

Palavras Chave

Hanseníase; Vigilância Epidemiológica; Vigilância em Saúde Pública