Dados do Trabalho
Título
Avaliação in vitro do potencial de gazes impregnadas com óxidos metálicos sobre Leishmania (L.) amazonensis
Introdução
Leishmanioses são doenças parasitárias endêmicas e negligenciadas causadas por protozoários do gênero Leishmania. Em seus vetores flebotomíneos, apresentam-se na forma promastigota e após infectar mamíferos são fagocitados principalmente por macrófagos teciduais, onde se multiplicam e convertem para formas amastigotas. A Leishmaniose tegumentar (LT) afeta pele e mucosas causando lesões ulcerosas, sendo um problema de saúde pública em diversos países. No Brasil, a espécie Leishmania (Leishmania) amazonensis (LLA) é uma das mais prevalentes. Seu tratamento possui elevada toxicidade e recidivas, e as lesões formadas pela LT causam prejuízo psicossocial, tornando imprescindível a busca por tratamentos alternativos para a doença. Tratamentos tópicos e formulações associadas a curativos, como gazes, são possibilidades vantajosas. Óxidos metálicos têm sido amplamente estudados por seu potencial antimicrobiano, dentre eles destacam-se óxidos de prata e cobre.
Objetivo (s)
Objetivou-se a avaliação in vitro da atividade de gazes em sua forma comum ou mercerizada, impregnadas com óxidos metálicos de prata e cobre, isolados ou combinados, sobre formas amastigotas e promastigotas de LLA.
Material e Métodos
As gazes impregnadas foram fornecidas pelo Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá. Formas promastigotas de LLA foram tratadas com 0,7 µg das de gazes por 24 horas. Em seguida, a atividade leishmanicida foi avaliada através de contagem manual dos parasitos. Formas amastigotas de LLA internalizadas em macrófagos J774A.1 também foram expostas a tratamento com 0,7 µg de gazes por 24 horas, o resultado foi avaliado através de coloração específica e contagem dos parasitos.
Resultados e Conclusão
As gazes impregnadas levaram a inibição moderada dos protozoários em ambas formas evolutivas testadas. As maiores atividades observadas em formas promastigotas foram com gazes mercerizadas de prata isolada e com prata e cobre associados, causando, respectivamente, um percentual de inibição de crescimento de parasitos de 28 ± 0,02%, e 27 ± 0,15%. De forma semelhante, os maiores índices de percentual de inibição em amastigotas foram com gazes impregnadas com prata isolada (28%) e com prata e cobre associados (23%). As gazes com óxidos metálicos, especialmente com prata, mostraram atividade promissora in vitro. Novas concentrações e avaliações são necessárias, mas seu formato de gaze apresenta grande potencial na utilização como curativo para tratamento de lesões na LT.
Palavras Chave
Leishmania; Leishmaniose tegumentar americana; Gaze de algodão mercerizada; Nanocompósitos
Área
Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Larissa Ferreira de Oliveira, Elys Rayssa Neres Lima, Maria Julia Schiavon Gonçalves, Wilian Vidotto da Costa, Ana Adelina Winkler Hechenleitner, Thaís Gomes Verzignassi Silveira, Edgardo Alfonso Gómez Pineda, Daniele Stéfanie Sara Lera Lopes-Nonose, Maria Valdrinez Campana Lonardoni