Dados do Trabalho


Título

Investigação dos vírus mayaro e oropouche na interface humano-animal em regiões metropolitanas do Centro-Oeste do Brasil, 2016-2018

Introdução

As arboviroses constituem um dos maiores desafios em saúde pública enfrentados pelo Brasil nas últimas décadas, sendo então a vigilância em saúde uma importante estratégia na prevenção e controle de riscos e doenças.

Objetivo (s)

Neste trabalho, buscou-se investigar a circulação dos arbovírus Mayaro virus (MAYV, Togaviridae) e Oropouche orthobunyavirus (OROV, Peribunyaviridae) em populações de animais domésticos e silvestres, pacientes com quadro febril agudo e mosquitos (Diptera: Culicidae) de regiões metropolitanas do Centro-Oeste do Brasil. Paralelamente, buscou-se identificar o hábito alimentar de culicídeos ingurgitados e capturados na mesma região.

Material e Métodos

Para isso, utilizou-se a reação em cadeia da polimerase (PCR) de transcrição reversa em tempo real (RT-qPCR) para a detecção de RNA viral e o teste de neutralização por redução de placas (PRNT) para investigação de anticorpos específicos. A identificação da fonte alimentar foi realizada por PCR convencional seguida de sequenciamento nucleotídico.

Resultados e Conclusão

Entre os anos de 2016 a 2018 foram coletadas amostras de sangue de 670 animais domésticos e 215 silvestres identificados respectivamente à sete e dez espécies, bem como de 107 pacientes com quadro febril agudo. Adicionalmente, foram capturados 22.931 mosquitos não ingurgitados e 284 ingurgitados. Todas as amostras de sangue e mosquitos não ingurgitados foram testadas por RT-qPCR e amostras de plasma de 200 animais domésticos foram submetidas ao PRNT para MAYV e OROV. Nenhuma amostra foi positiva no RT-qPCR. No entanto, sete (3,5%) animais domésticos apresentaram anticorpos neutralizantes para MAYV e seis (3%) para OROV com títulos de PRNT em amostras de plasma variando de 20 a 320 com base no critério de 90% de neutralização. Em relação à identificação da fonte alimentar em mosquitos ingurgitados, dentre os 51,4% (146/284) dos mosquitos que tiveram a fonte alimentar identificada, 83,3% (129/146) apresentavam DNA de mamíferos e 11,7% (17/146) DNA de aves. Essas evidências confirmam a exposição das espécies de vertebrados testadas aos mosquitos vetores coletados no presente estudo. Os achados reportados aqui evidenciam a exposição de animais domésticos ao MAYV e OROV na interface homem-animal no Centro-Oeste do Brasil. As evidências sorológicas associadas a confirmação da exposição dessas espécies aos mosquitos vetores que circulam na região reforçam a necessidade de abordagens em saúde única no estudo das arboviroses enzoóticas na região.

Palavras Chave

Arbovírus emergentes; Saúde Única

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

HELVER GONÇALVES DIAS, DÉBORA FAMILIAR RODRIGUES MACEDO, INGRID OLIVEIRA GARRIDO, ALEX PAUVOLID CORREA, FLÁVIA BARRETO DOS SANTOS