Dados do Trabalho

Título

Cobertura vacinal para hepatite A nos períodos pré e pós-vacinal de 2010 a 2020 na Ilha do Marajó, Pará, Brasil

Introdução

A hepatite A é uma doença causa pelo vírus da hepatite A, transmitida principalmente por via fecal-oral, com impacto significativo na saúde pública, especialmente em áreas com condições sanitárias precárias. A vacina contra hepatite A foi incluída no Programa Nacional de Imunização do Brasil em 2014. No entanto, há uma lacuna de informações sobre a cobertura vacinal para hepatite A, especialmente em regiões remotas como a Ilha do Marajó. 

Objetivo (s)

Este estudo visa avaliar a cobertura vacinal para hepatite A nos períodos pré e pós-vacinal na Ilha do Marajó. 

Material e Métodos

Foi realizado um estudo ecológico e temporal com análise retrospectiva da prevalência da hepatite A nos municípios da Ilha do Marajó. Utilizou-se uma metodologia quantitativa, com base em dados públicos disponíveis no sistema TABNET do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes ao período de 2010 a 2020. 

Resultados e Conclusão

Foram aplicadas, durante o período de 2014 a 2020, 46.211 doses de vacina para hepatite A. Breves, Portel e Gurupá são os municípios com maior quantidade de doses aplicadas, provavelmente por terem uma população maior ou terem concentrado mais esforços na campanha de imunização. Os números totais entre os municípios variam consideravelmente, refletindo as diferentes realidades demográficas e de saúde de cada um. A tendência geral parece ser de aumento no número de doses aplicadas ao longo dos anos, indicando uma preocupação crescente com a imunização contra a Hepatite A na região de Marajó. Entretanto, durante o período pré-vacinal, a região do Marajó notificou um total de 110 casos de Hepatite A. No período pós-vacinal, o número de casos notificados aumentou para 221. O teste de Cochran demonstrou um valor de p de 0,5983 indicando que não há diferença estatisticamente significativa entre os dois períodos, sugerindo que a introdução da vacina contra a Hepatite A na região de Marajó não teve um impacto estatisticamente significativo na redução dos casos notificados. A diferença de casos notificados entre os dois períodos pode estar relacionado com a qualidade das notificações compulsórias no período pré-vacinal, um aumento de testes diagnósticos no período pós-vacinal ou, possivelmente, uma maior circulação viral. Os resultados destacam a importância da vacinação para hepatite A na Ilha do Marajó e ressaltam a necessidade de estratégias para melhorar a cobertura vacinal, especialmente em comunidades remotas e com condições socioeconômicas desfavoráveis.

Palavras Chave

hepatite A; Cobertura Vacinal; Ilha do Marajó