Dados do Trabalho

Título

Aspectos epidemiológicos de Leishmaniose Tegumentar da forma mucosa na Amazônia Legal.

Introdução

A Leishmaniose Tegumentar (LT) na forma mucosa causa lesões desfigurantes afetando principalmente populações residentes de áreas rurais, especialmente em comunidades de baixa renda com acesso limitado aos serviços de saúde, onde existe um tratamento extenso que impacta o tratamento oportuno. Sendo difícil de tratar, ocasionando muitas das vezes sequelas físicas ou até mesmo levar a óbito.

Objetivo (s)

O foco deste estudo é construir uma coorte histórica e descrever as características epidemiológicas dos pacientes, bem como avaliar o tempo oportuno do tratamento.

Material e Métodos

Este estudo é descritivo, longitudinal do tipo coorte histórica retrospectivo. Baseado em base de dados secundárias (isento de aprovação ética) para coletar os casos novos notificados de Leishmaniose na forma mucosa nos estados da Amazônia Legal de 2011 a 2022. A partir dessas bases de dados foram selecionadas variáveis sociodemográficas e clínicas. O tempo oportuno de tratamento foi verificado por meio da diferença entre as datas de início de diagnóstico e início do tratamento. Para a análise de dados foi utilizado a linguagem R, no ambiente de desenvolvimento integrado: Rstudio.

Resultados e Conclusão

No período estudado foram identificados 2.209 pacientes com LT na forma mucosa com idades de 15 a 55 anos em sua maioria homens (82%), pardos (65%), com ensino fundamental incompleto (56%) e a doença não estava relacionada ao trabalho (67%). 60% não apresentavam cicatrizes da forma cutânea de LT. O medicamento mais prescrito foi o Antimonial Pentavalente (90%) e na falha da eficácia da primeira prescrição prevaleceu a Anfotericina B (8,5%), sendo a maioria dos casos autóctones e autóctones de residência (86%). Somente o estado do Amazonas apresenta percentual acima de 50% de coincidência nas datas de diagnóstico e início de tratamento. Por outro lado, nos demais estados da Amazônia Legal, em mais da metade das notificações, o paciente inicia o tratamento após alguns dias da data de diagnóstico. No geral, 5% dos registros não possuem a data de início de tratamento preenchida. Em 3,7% a data do diagnóstico é posterior à data do início do tratamento. Dado a gravidade da doença, principalmente as datas deveriam ser melhor preenchidas para ajudar nas avaliações epidemiológicas da Leishmaniose Tegumentar da forma mucosa. Consequentemente para caracterizar um tempo de acompanhamento até o desfecho mais fidedigno nos demais estados da Amazônia Legal.

Palavras Chave

Leishmania; mucosa; coorte histórica; Epidemiologia; amazonia legal.