Dados do Trabalho


Título

Conhecimento sobre a doença de Chagas entre a equipe multiprofissional da Atenção Primária à Saúde: Projeto SaMi-Trop

Introdução

Minas Gerais (MG) é uma das regiões de alto risco de mortalidade por doença de Chagas (DC). É na Atenção primária em saúde (APS) que deve ocorrer, prioritariamente, o manejo da DC.

Objetivo (s)

Descrever o conhecimento sobre a DC de profissionais da APS de três cidades de MG

Material e Métodos

Constituiu-se da etapa exploratória de um projeto de implementação, conduzido pelo grupo SaMi-Trop. Dos municípios incluídos, dois são de pequeno porte localizados na região norte de MG (hiperendêmica para DC) e um de médio porte localizado na região oeste de MG (endêmica para DC). Foram selecionados médicos, enfermeiros e farmacêuticos. A coleta de dados ocorreu em 2022 através de um questionário autoaplicável e conduziu-se a análise descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Unimontes (5.287.134). 

Resultados e Conclusão

Foram incluídos 69 profissionais, sendo 53 da região oeste e 16 da região norte. Quanto à região norte, todos os enfermeiros consideram o conhecimento sobre a DC regular, a maioria nunca leu ou não conhece o PCDT (70%) e nunca orientou os pacientes com DC (50%). A maioria (66,7%) dos médicos atenderam mais de 10 pacientes com DC no último ano, não conhecem ou nunca leram o PCDT (83,3%) e metade deles raramente investiga fatores de risco para DC (50%). Todos os farmacêuticos consideram o conhecimento sobre a DC satisfatório, conhecem e lêem o PCDT. Quanto à região oeste, metade dos enfermeiros consideram o conhecimento sobre a DC satisfatório (50%), a maioria conhece e lê o PCDT (61,5%), porém nunca orienta os pacientes sobre o tratamento da DC (46,2%). A maioria dos médicos não atenderam nenhum paciente com DC no último ano (40,9%), conhece e lê o PCDT (54,5%) e raramente ou às vezes investigam os fatores de risco da DC (54,5%). A maioria dos farmacêuticos consideram o conhecimento sobre a DC regular (60%), não conhecem ou nunca leram o PCDT (80%). Foram constatados obstáculos no manejo da DC na APS, principalmente na região norte, hiperendêmica, onde os profissionais relatam  não estarem preparados para conduzir adequadamente os pacientes com DC. Há falta de conhecimento relacionado ao PCDT, ausência de orientação aos pacientes, falta de investigação dos fatores de risco da DC e pequeno uso do serviço de saúde por pacientes com DC. Os resultados apontam a necessidade de melhorar o manejo clínico da DC na APS, para melhor atender às demandas que se apresentem localmente e reduzir o cenário de negligência da DC.

Palavras Chave

Doença de Chagas; Gerenciamento Clínico; Atenção primária à saúde.

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

2.Concorrer na categoria - Mestrado

Autores

Ana Clara de Jesus Santos, Ariela Mota Ferreira, Amanda Mota Lacerda, Carlos Henrique V. Moreira, Ana Carolina de Oliveira Gonçalves, Clareci Silva Cardoso, Léa Campos de Oliveira da Silva, Ana Beatriz Cardoso Sena, Antonio Luiz Pinho Ribeiro, Ester Cerdeira Sabino, Desireé Sant’Ana Hailkal