Dados do Trabalho
Título
Perfil genotípico do vírus da hepatite C no Brasil: uma avaliação dos resultados dos exames de genotipagem ofertados no SUS
Introdução
A infecção pelo vírus da Hepatite C (HCV) ainda é um problema global de saúde. A Organização Mundial da Saúde estabeleceu metas para eliminação até 2030, e muitos países, incluindo o Brasil, estão empenhados nesse objetivo. Desde 2019, o Brasil adotou tratamentos pangenotípicos, tornando dispensável a genotipagem para a definição terapêutica em adultos. Embora o exame não seja mais obrigatório para adultos, a genotipagem é critério para tratamento infantil e continua sendo uma metodologia para avaliar a circulação dos genótipos virais no país. Atualmente, o exame é ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde (MS) na modalidade de prestação de serviço de testagem.
Objetivo (s)
Descrever a distribuição genotípica do HCV no Brasil, através dos resultados de genotipagens liberados no sistema de informação do MS antes e depois a introdução dos medicamentos pangenotípicos.
Material e Métodos
Para as análises, foram extraídos relatórios epidemiológicos de exames de genotipagem liberados no sistema de informação GAL no período de 01/2018 a 09/2023. Dos dados obtidos, foram avaliados: exames liberados por ano; resultado (genótipo e/ou subtipo); UF do resultado liberado; e nacionalidade.
Resultados e Conclusão
Com os dados obtidos, foi observado a liberação de 53.325 exames de genotipagem no período coletado. Notou-se uma diminuição de exames liberados a partir de 2020 (n=9.170), que pode estar relacionada à introdução dos antivirais pangenotípicos em 2019 (n=16.737) e também à pandemia de COVID-19. A maioria (39,9%, n=21.272) dos resultados liberados foram do subtipo 1a, seguidos dos subtipos 1b (29,5%, n=15.713) e genótipo 3 (23,6%, n=12.602), o que corrobora com estudos de distribuição genotípica realizados no Brasil. Em menor proporção, foi possível observar a identificação dos genótipos 5 (0,7%, n=39) e genótipo 6 (0,01%, n=6). O genótipo 5 já foi descrito em estados no nordeste do país, enquanto o genótipo 6 ainda não tinha sua circulação previamente descrita no Brasil. É importante destacar que a maioria (83,3%, n=5) dos indivíduos que apresentaram resultado para o genótipo 6 eram brasileiros.Os dados obtidos revelam uma maior prevalência dos subtipos 1a, 1b e 3 do HCV no Brasil, alinhada com estudos nacionais anteriores. A detecção de genótipos menos comuns, como os genótipos 5 e 6, ressalta a importância da realização de estudos de vigilância genômica para monitorar a diversidade do HCV circulante no país. Esta análise contribui para o entendimento da distribuição genotípica do HCV no Brasil.
Palavras Chave
HCV; genótipos; Vigilância Genômica
Área
Eixo 19 | Outros
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Vinicius Motta Mello, Paula Pezzuto, Nívea Orém de Oliveira Guedes, Rogger Diquique, Mário Peribanez Gonzalez, Alisson Bigolin, Draurio Barreira