Dados do Trabalho
Título
MONITORAMENTO MOLECULAR DE FEBRE AMARELA EM PRIMATAS NÃO-HUMANOS (PNHS) NO NORDESTE E SUDESTE DO BRASIL (JAN 23 - MAI 2024)
Introdução
O vírus da febre amarela é um arbovírus, com manifestação clínica aguda e febril, apresenta alta taxa de mortalidade, e tem notificação compulsória. Os primatas não-humanos (PNHs) são os principais hospedeiros, sendo considerados sentinelas na vigilância da doença por serem susceptíveis e algumas espécies são amplificadores do vírus. No ciclo silvestre, ocorrem picos de epizootias em primatas com variada frequência durante todo o ano, sendo parte dessas, anterior ou concomitante com surtos em humanos nas áreas periurbanas próximas a locais silvestres, acentuando os riscos à saúde pública. Sendo assim, faz se necessária a vigilância de epizootias com diagnóstico molecular para confirmar ou descartar a circulação do vírus nessas áreas, contribuindo assim para a epidemiologia e aprimoramento das estratégias de vigilância e controle da doença, especialmente nas regiões onde a incidência é mais pronunciada.
Objetivo (s)
Monitorar a circulação de febre amarela em primatas não-humanos durante epizootias.
Material e Métodos
Foi conduzido o diagnóstico molecular utilizando o método de reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa em tempo real (RT-PCR) nas amostras de fígado, rim, baço e cérebro de PNHs encontrados mortos, originários dos estados do Sudeste e Nordeste do país. Essas amostras foram coletadas entre janeiro de 2023 e maio de 2024 e rotineiramente encaminhadas para diagnóstico de febre amarela no Laboratório de Referência Regional de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos (LARBOH) do Instituto Oswaldo Cruz.
Resultados e Conclusão
Durante o período de janeiro de 2023 a maio de 2024, foram analisadas um total de 674 amostras de 235 PNHs, sendo eles 9 do Espírito Santo (ES), 33 do estado do Rio de Janeiro (RJ), 76 da Bahia (BA), 13 do Ceará (CE) e 104 do Rio Grande do Norte (RN). Dentre esses espécimes, 90 (38,30%) são do gênero Callithrix spp., 3 (1,28%) do Sapajus spp., e 142 (60,42%) não foram identificados. Os resultados obtidos mostraram que todas as amostras foram negativas para febre amarela. Dessa forma, considerando a importância da vigilância em epizootias na saúde pública, e a suscetibilidade dos PNHs a outros arbovírus, sugere-se estudos de metagenômica para investigar os possíveis agentes responsáveis por esses óbitos e avaliar o seu potencial zoonótico. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES).
Palavras Chave
vigilância em epizootias; Febre Amarela; Saúde Pública
Área
Eixo 17 | 2.Vigilância em saúde - Investigação de Surtos
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
MARTHA LAYSLA RAMOS DA SILVA, SIMONE ALVES SAMPAIO, CAROLINA CARDOSO DOS SANTOS, CINTIA DAMASCENO DOS SANTOS RODRIGUES, FERNANDA DE BRUYCKER NOGUEIRA, FELIPE GOMES NAVECA, ANA MARIA BISPO DE FILIPPIS, MARIA ANGÉLICA MONTEIRO DE MELLO MARES-GUIA, PATRICIA CARVALHO SEQUEIRA