Dados do Trabalho

Título

Desafio para a Saúde Pública: Perfil epidemiológico da Tuberculose na População Privada de Liberdade em uma capital da Amazônia Legal

Introdução

A tuberculose é um desafio global de saúde pública, especialmente entre as pessoas privadas de liberdade. O sistema de informação penitenciário mostra alta concentração de pessoas alojadas em prisões na capital de Rondônia em relação aos demais municípios. A população privada de liberdade possui risco 23 vezes maior de infecção em relação a população geral, sendo necessário interromper a transmissão nas unidades prisionais. Conhecer o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose nesta população é importante para ações de integração da vigilância em saúde e a atenção primária prisional.    

Objetivo (s)

 Analisar o perfil epidemiológico da tuberculose em pessoas privadas de liberdade de uma capital da Amazônia Legal

Material e Métodos

Estudo descritivo, ecológico e quantitativo. Os dados foram coletados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação no período de 2018 à 2022, com todos os tipos de entrada e formas clínicas. A análise foi realizada no Tabwin, com os indicadores sociodemográficos, cultura de escarro (todos os tipos de entrada), testagem para o vírus da imunodeficiência humana (casos novos), cura e abandono de tratamento (casos novos com confirmação laboratorial).

Resultados e Conclusão

A amostra foi composta por 468 casos, representando 22,2% do total de casos de tuberculose notificados na capital durante o período estudado. A maioria dos casos tinha entre 20 e 34 anos, 86,0%, cor parda 80,3%, estudou da 5ª à 8ª do ensino fundamental 42,3%. A forma clínica mais comum foi a pulmonar 91,6%. Realizaram cultura 47,0% dos casos e foram testados para o vírus da imunodeficiência humana 76,3%. Dos casos novos confirmados com critério laboratorial, evoluíram para cura 79,1% e abandonaram o tratamento 19,86%. O estudo revelou que a tuberculose em presídios da capital tem predominância em jovens adultos de baixa escolaridade. Observou-se baixa realização de cultura de escarro e a cura abaixo das recomendações da Organização Mundial da Saúde (de no mínimo 85%). São necessárias medidas eficazes para controlar este agravo nesse contexto, incluindo melhoria na busca por sintomáticos respiratórios na triagem das prisões, investimento em educação em saúde para presidiários e profissionais do sistema penitenciário e o fortalecimento das ações vigilância da tuberculose nas prisões.

Palavras Chave

Tuberculose; População privada de liberdade; Vigilância em Saúde.