Dados do Trabalho


Título

Avaliação da competência vetorial para Rickettsia rickettsii de carrapatos Amblyomma dubitatum naturalmente infectados e não infectados por Rickettsia bellii.

Introdução

A febre maculosa brasileira (FMB), causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, tem como principal vetor no Brasil o carrapato Amblyomma sculptum. Muitas das áreas endêmicas para FMB são caracterizadas pela presença de grandes grupos de capivaras, as quais, além de ótimas hospedeiras para o A. sculptum, são também eficientes amplificadoras da R. rickettsii para essa espécie de carrapato. As capivaras são ainda hospedeiras primárias de carrapatos Amblyomma dubitatum, uma espécie frequentemente encontrada infectada por R. bellii. Uma vez que ambas as espécies de carrapato ocorrem em simpatria, é esperado que em áreas com circulação de R. rickettsii, carrapatos A. dubitatum também sejam ocasionalmente expostos ao patógeno. No entanto, não há registros de carrapatos dessa espécie naturalmente infectados por R. rickettsii.

Objetivo (s)

Avaliar a competência vetorial para R. rickettsii e a perpetuação transestadaial e transmissão transovariana deste patógeno em carrapatos A. dubitatum naturalmente infectados e não infectados por R. bellii.

Material e Métodos

Foram utilizadas duas colônias de carrapatos A. dubitatum: uma colônia naturalmente infectada por R. bellii e uma colônia não infectada. Os carrapatos de ambas as colônias foram divididos em três grupos experimentais: grupo GL (carrapatos expostos à R. rickettsii na fase de larva), grupo GN (carrapatos expostos ao patógeno na fase de ninfa) e grupo GC (carrapatos nunca expostos à R. rickettsii). Os carrapatos foram expostos à bactéria alimentando-se em cobaias previamente inoculadas com R. rickettsii. Amostras de DNA de parte das ninfas e adultos não alimentados e de todas as fêmeas ao final da oviposição e de parte de seus respectivos ovos e larvas foram submetidas a um protocolo de qPCR específico para detecção de R. rickettsii, bem como fragmentos de pulmão e fígado das cobaias utilizadas no estudo. (protocolo CEUA FMVZ/USP: nº5319211021).

Resultados e Conclusão

Ninfas do grupo GL e adultos dos grupos GL e GN foram capazes de transmitir R. rickettsii a animais susceptíveis, confirmando a competência vetorial do carrapato e a perpetuação transestadial do agente em ambas as colônias de A. dubitatum. No entanto, a espécie demonstrou ser apenas parcialmente susceptível a infecção, uma vez que em todos os casos, somente parte dos carrapatos se tornaram infectados pelo patógeno. Por fim, foi detectada infecção por R. rickettsii em ovos e larvas oriundos de parte das fêmeas dos grupos GL e GN de ambas as colônias, confirmando a transmissão transovariana do patógeno.

Palavras Chave

Febre maculosa brasileira; transmissão transovariana; Amblyomma sculptum

Área

Eixo 14 | Zoonoses e Saúde Única

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Lina de Campos Binder, Carlos Eduardo Camargo Fanchini, Marcelo Bahia Labruna