Dados do Trabalho

Título

INCIDÊNCIA DA DENGUE NA AMAZÔNIA LEGAL BRASILEIRA ENTRE 2001 E 2021

Introdução

Crises econômicas e políticas podem estar associadas ao desencadeamento de epidemias por doenças tropicais negligenciadas, como a dengue, particularmente na região amazônica.

Objetivo (s)

O estudo teve por objetivo avaliar o perfil da dengue na Amazônia brasileira entre 2001 e 2021.

Material e Métodos

Realizou-se um estudo ecológico, utilizando dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Calculou-se as taxas de incidência e letalidade com base nas projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Pelotas (CAAE 46019321.6.0000.5317).

Resultados e Conclusão

No período estudado, notificou-se 1.344.950 casos de dengue, com 863 óbitos. A taxa média de incidência foi de 263,56 casos por 100 mil habitantes, e a taxa de letalidade foi de 0,06%. Entre 2001 e 2005, 117 municípios não registraram casos de dengue. De 2006 a 2010 e de 2011 a 2015, o número de municípios sem notificações caiu para 52 e 34, respectivamente. De 2016 a 2021, 44 municípios não tiveram notificações. Dos 772 municípios da Amazônia Legal brasileira, apenas Bacurituba e Marajá do Sena (MA), Pracuúba (AM) e Tabocão (TO) não notificaram casos de dengue durante o período de estudo. De 2001 a 2005, Roraima apresentou a maior taxa de incidência (768,24 / 100 mil habitantes), destacando-se Boa Vista, com 11.902 dos 15.549 casos notificados no estado. Nos períodos seguintes, o Acre liderou as taxas de incidência, com 1.651,23 casos por 100 mil habitantes (2006 a 2010), 1.539,66 casos por 100 mil habitantes (2011 a 2015) e 912,63 casos por 100 mil habitantes (2016 a 2021). O Maranhão apresentou as menores taxas de incidência ao longo de todo o período estudado, com 93,0 casos por 100 mil habitantes (2001 a 2005), 103,8 casos por 100 mil habitantes (2006 a 2010), 95,20 casos por 100 mil habitantes (2011 a 2015) e, no último período (2016 a 2021), o Amapá registrou 87,0 casos por 100 mil habitantes. Observou-se um aumento nas taxas de incidência nos estados da Amazônia Legal Brasileira nos primeiros anos do estudo, seguido de uma diminuição nos últimos anos, exceto o Acre e Amazonas, onde houve um aumento nos últimos anos da série histórica avaliada. As taxas de incidência de dengue foram extremamente altas, com muitas mortes associadas na Amazônia brasileira. Além disso, o estado do Acre apresentou a maior taxa de incidência pela doença, portanto deve ser uma área prioritária para ações de controle da dengue no país. 

Palavras Chave

Epidemiologia; dengue; Sistema de Informação em Saúde; Vigilância.