Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE CASOS DE COVID-19 ATENDIDOS EM UMA COORTE PROSPECTIVA DE FORTALEZA-CE (REBRACOVID), ENTRE OS ANOS DE 2020 E 2024

Introdução

A covid-19 gerou uma das maiores pandemias da atualidade. Com o avanço da doença no Brasil, muitos esforços foram empregados para ampliar o entendimento e evolução de casos, a fim de descrever a história natural da doença.

Objetivo (s)

Caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de casos de covid-19 acompanhados em uma coorte prospectiva na cidade de Fortaleza-CE entre outubro/2020 e maio/2024. 

Material e Métodos

Os casos confirmados por RT-PCR são incluídos e retornam em visitas programadas (D14, D21, D28, D56, D128, D168 e D336). Na primeira visita (D0), são coletados dados sociodemográficos, fatores de risco, comorbidades e sintomas. A partir de D21 são utilizados o 12-Item Short-Form Health Survey (SF-12) e o Saint George Respiratory Questionnaire (SGRQ) para avaliar a qualidade de vida (QV) dos pacientes.

Resultados e Conclusão

Até agora foram investigados 407 participantes, dos quais 113 foram positivos para covid-19, com média de idade de 41,3 anos (DP + 15), maior prevalência do sexo feminino (60%), autodeclarados pardos (56,3%), solteiros (35,7%), com ensino médio completo (36,04%), residentes em casa de alvenaria (66%), e renda média de 2-4 salários-mínimos (59,1%). Dentre as comorbidades e os fatores de risco, destacaram-se hipertensão (20,3%) e uso de tabaco (9,7%), respectivamente. Em D0, os sintomas mais prevalentes foram tosse (80,4%), dor de cabeça (75,9%), coriza (73,2%), fadiga (71,4%) e mialgia (66,7%). Em D14, D21 e D28, os indivíduos relataram principalmente dor de cabeça, fadiga e tosse, enquanto em D128 e D168, o principal sintoma informado foi dor de cabeça. Até maio/2024, 57 participantes completaram a visita D336 e os sintomas mais relatados foram dor de cabeça e coriza. Desses, 33,3% relataram falta de concentração e 40,3% disseram que tem problemas pra dormir. Segundo o SF-12, uma pior pontuação composta física (PCS) foi observada em D21 (44,6) com aumento gradual até D336 (50,8), porém na análise da pontuação composta mental (MCS), percebeu-se que todas as visitas demonstraram escore abaixo de 50, sendo D21 (43,8) a mais afetada. Já o SGRQ evidenciou que no domínio sintomas o dia mais afetado foi o D21 (22,3; DP±16,6), já em relação às atividades percebe-se o pior escore entre D21 e D56 (26,2; DP±28,9 a 20,0; DP±25,6). A partir de 60 dias de doença há melhora progressiva. Diante do seguimento desses pacientes, percebeu-se importante impacto na qualidade de vida de pacientes com covid-19, que além de permanecerem com sintomas, possuem considerável repercussão na saúde mental.

Palavras Chave

Pandemia; COVID-19; SARS-CoV-2; Epidemiologia; Saúde Pública

Área

Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Francisca Kalline Almeida Barreto, Thiago Nobre Gomes, Mariana Prado Amaral, Fernanda Kézia de Sousa Silva, Fernanda Nívian Brito da Silva , Olivia Maria Feitosa Alves, Ana Débora Marreiros Alves, Lilia Aguiar da Silva, Antonio Alex da Silva Martins, Cristiane Cunha Frota, Luciano Pamplona Góes Cavalcanti