Dados do Trabalho


Título

Avaliação do impacto da construção das UHEs Santo Antônio e Jirau no número de casos de malária na região de Porto Velho-RO

Introdução

A malária, causada por parasitos do gênero Plasmodium, é transmitida por mosquitos vetores, principalmente Anopheles darlingi. No Brasil, a maior incidência ocorre na Amazônia Legal, onde as atividades humanas, como a construção de hidrelétricas, favorecem a proliferação do vetor. Assim, o estudo investigou a variação de casos de malária em Porto Velho e nas localidades onde Usinas Hidrelétricas (UHEs) foram instaladas, avaliando diferentes escalas de influência do empreendimento.

Objetivo (s)

Avaliar o impacto da instalação das UHEs Santo Antônio e Jirau no número de casos de malária em suas áreas de influência.

Material e Métodos

Foram registrados casos de malária no município de Porto Velho-RO e localidades onde as UHEs foram instaladas, obtidos por meio do Sivep-Malária, entre 2003 e 2022. Para análise de tendências temporais foi utilizado o modelo de regressão JoinPoint, para buscar relação entre variáveis por meio de uma regressão linear segmentada sendo resumida pela variação percentual anual média (AAPC). As análises consideraram o período de instalação dos empreendimentos e os casos de malária em diferentes escalas (município e localidades). O trabalho não necessitou de envolvimento do Comitê de Ética em Pesquisa em razão da característica aberta dos dados, impossibilitando qualquer forma de identificação dos indivíduos envolvidos.

Resultados e Conclusão

Ao se comparar a tendências temporais com o período de obra dos empreendimentos, pode-se observar que a variação dos casos de malária no município de Porto Velho-RO não coincidem com o período de instalação dos empreendimentos (AAPC = -6,75; IC 95% = -8,39 a -5,46). No entanto, análises separadas por localidades mostraram variações temporais significativas. Na região diretamente afetada pela UHE Santo Antônio houve um aumento significativo de casos durante a instalação (+3.925%) seguido de uma abrupta queda (-98,14%) (AAPC = -16,49; IC 95% = -35,17 a -5,79). Para a UHE Jirau foi registrado um pico durante o período de obras (+37.200%), retornando ao patamar de casos anteriores a construção (AAPC = -22,78; IC 95% = -42,91 a -7,46). A instalação das UHEs Santo Antônio e Jirau estão associadas à variação de casos de malária em áreas diretamente afetadas por suas obras, porém não demonstram impacto significativo no município como um todo. Análises em escalas menores são essenciais para identificar os impactos diretos da instalação desses empreendimentos em suas áreas de influência.

Palavras Chave

Licenciamento Ambiental; Avaliação do Potencial Malarígeno; malária; Amazônia Legal

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Prêmio Jovem Pesquisador

3.Concorrer na categoria - Doutorado

Autores

Pablo Sebastian Tavares Amaral, Rodrigo Gurgel-Gonçalves