Dados do Trabalho


Título

Análise comparativa do cenário epidemiológico de hanseníase entre estados vizinhos: Pará e Maranhão

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada por uma bactéria que desencadeia lesões nos nervos periféricos e na pele. No período colonial, o Pará e o Maranhão eram uma só Província chamada Grão-Pará. Atualmente, são estados vizinhos que apresentaram maiores números de casos de hanseníase na região Norte e Nordeste em 2022.

Objetivo (s)

Comparar dados epidemiológicos de notificação de casos novos de hanseníase no Pará e Maranhão no período de 2018 a 2022. 

Material e Métodos

Foi realizado um levantamento das notificações de casos novos de hanseníase no período de 2018 a 2022 nos Estados do Pará e Maranhão. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde, não necessitando de aprovação de Comitê de Ética. Ressalta-se que os dados de 2023 estavam incompletos no sistema, por isso não foram coletados.

Resultados e Conclusão

No período analisado, foram notificados 9.995 casos novos de hanseníase no Pará e 12.935 no Maranhão. O ano com maior número de casos foi em 2018 para ambos, pois a cada ano observou-se um declínio na quantidade de casos. Ao comparar os dois estados, obtiveram-se resultados semelhantes com predomínio de pacientes do sexo masculino (62,5% no Pará e 59% no Maranhão), na faixa etária de 30-49 anos, de cor parda (74,3% no Pará e 68% no Maranhão) com escolaridade de 1-4º série do fundamental incompleto (22,2% no Pará e 20,7 no Maranhão). Os dados evidenciaram que a quantidade de notificações de casos novos de hanseníase em pacientes indígenas foi de 0,36% no Pará e 0,25% no Maranhão. A forma clínica de hansenínase mais comum foi a dimorfa (55,3% no Pará e 56,2% no Maranhão), seguida da forma virchowiana (15,8% no Pará e 15,9% no Maranhão). Quanto a classificação operacional para tratamento prevaleceu a multibacilar, ou seja, mais de 5 lesões de pele, sendo 78,8% no Pará e 81% no Maranhão. O esquema de tratamento mais notificado foi de poliquimioterapia para multibacilar com 12 doses, representando cerca de 80% nos dois estados. A principal diferença nesse comparativo foi a quantidade total de casos mais elevada no Maranhão, ainda que ele apresente menor população que o Pará, segundo o Censo do IBGE de 2022. Diante desse cenário, conclui-se que ambos os estados apresentam um perfil epidemiológico semelhante de hanseníase com resultados que corroboram com o descrito na literatura, com uma incidência maior em homens e acima dos 40 anos, sendo a forma clínica dimorfa mais comum.

Palavras Chave

Hanseníase; Pará; Maranhão

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Brenda Laleska Pinheiro Alves, Kamila Ferreira de Souza, Thaissa Dandara da Cruz Lima, Rodrigo Januário Jacomel, Bruna Grazielle Carvalho Jacomel