Dados do Trabalho

Título

Fatores associados ao uso de preservativos por jovens nas relações sexuais: estudo caso-controle em um município do interior paulista

Introdução

O uso consistente de preservativo entre adolescentes e jovens diante da sexarca e da continuidade das práticas sexuais pode colaborar com a prevenção e diminuição da transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis. Neste sentido, é importante compreender quais fatores estão associados a esta prática visando delinear estratégias de intervenção adaptadas a cada contexto. 

Objetivo (s)

Analisar os fatores associados ao uso consistente de preservativos por adolescentes e jovens nas práticas sexuais.

Material e Métodos

Estudo do tipo caso controle com pessoas entre 15 e 24 anos que passaram por consulta em Centros de Testagem e Aconselhamento de um município brasileiro paulista de grande porte para testagem de HIV em 2021. O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto e os dados foram coletados de fonte secundária entre 2022 e 2023. Foram considerados casos as pessoas que declararam “sempre” utilizar preservativo (uso consistente), enquanto os controles referiram “às vezes” ou “nunca” utilizar preservativo (uso inconsistente), sendo selecionados dois controles para cada caso. Nas análises, o risco de ocorrência da variável dependente (uso consistente de preservativo) segundo as variáveis de exposição (sociodemográficas e de comportamento sexual) foi estabelecido por Odds Ratio e os respectivos intervalos de confiança e valores de p, após aplicação do teste Qui-quadrado e regressão logística. 

Resultados e Conclusão

Participaram do estudo 71 adolescentes e jovens que faziam uso consistente de preservativo e 142 que não o faziam. Aqueles que não faziam uso de álcool tinham 5,02 vezes mais chance de fazer uso consistente do preservativo; quem tinha somente parceria eventual apresentou 16,30 vezes mais chance de usar preservativo do que quem possuía somente parceria fixa; aqueles que tinham relação sexual com homens e mulheres apresentaram 10,91 vezes mais chance de fazer uso consistente de preservativo em comparação aos que se relacionavam apenas com mulheres. A curva ROC apresentou área de 0,824, demonstrando que as variáveis incluídas na regressão logística foram significativas e com uma capacidade boa de predizer o uso consistente de preservativo entre adolescentes e jovens. As ações em saúde direcionadas para o uso consistente de preservativo precisam de encorajamento contínuo entre os jovens, uma vez que estes constituem a população em maior vulnerabilidade para as infecções sexualmente transmissíveis.

Palavras Chave

Adultos jovens; Adolescentes; Preservativos; Comportamento Sexual; Sexo Seguro; Prevenção a Doenças