Dados do Trabalho


Título

Vesículas Extracelulares em agentes infecciosos: papel funcional no encistamento de Acanthamoeba

Introdução

Vesículas extracelulares (VEs) são micro e nanopartículas membranares liberadas por diversos tipos celulares e que estão envolvidas em processos fisiológicos e patológicos. Agentes infecciosos liberam VEs no meio, fato mostrado também em amebas de vida livre do gênero Acanthamoeba. Estes protozoários causam a encefalite amebiana granulomatosa, além de uma grave infecção de córnea, a ceratite por Acanthamoeba. Um desafio na prevenção e tratamento destas doenças é a formação de cistos nos tecidos afetados, já que estas formas são mais resistentes à defesa do hospedeiro, a biocidas e aos medicamentos. A hipótese deste trabalho é que VEs podem ter um papel no encistamento de Acanthamoeba.

Objetivo (s)

Avaliar a ação de VEs produzidos por trofozoítos ativos e induzidos ao encistamento na dinâmica de encistamento de Acanthamoeba.

Material e Métodos

VEs de uma cepa de A. castellanii foram obtidas por processo de filtração/ultracentrifugação, a partir de trofozoítos ativos, vesiculados por 2h em meio RPMI (VEs-TA) e de trofozoítos induzidos a encistar em salina de NEFF por 4h (encistamento precoce - VEs-Ep) e por 24h (encistamento tardio – VEs-Et). Após caracterização das VEs por análise de rastreamento de nanopartículas (NTA) e quantificação proteica (ensaio de BCA), as VEs (2 mg/mL) foram interagidas com 1x104 trofozoítos, mantidos em salina de encistamento de NEFF, em placas de 24 poços, a 32º C, em triplicata.  As formas foram quantificadas por contagem em câmara de Neubauer após 24h e 48h, a quantidade somada de pré-cistos e cistos foi determinada e comparada aos controles, constituídos amostras sem a adição de VEs

Resultados e Conclusão

A proporção de VEs nos ensaios de encistamento foram estimadas em 10e4 VEs por trofozoíto,o que foi capaz de casar alterações na quantidade de formas em encistamento produzidas. Quando adicionadas VEs-TA, observou-se um atraso na formação de pré-cistos e cistos, que diminuíram em 16% após 24 horas e em 25% após 48 horas (p<0,05). A adição de VEs-Ep não afetou a quantidade de formas em encistamento às 24h, porém às 48h houve aumento relativo de 113% (p<0,05).  Utilizando VEs-Et, o aumento de pré-cistos e cistos em relação ao controle foi de 151% em 24h e 110% em 48h (p<0,05). Estes dados revelam que as VEs influenciam a sinalização de encistamento de Acanthamoeba, sugerindo que, no ambiente de infecção, este processo poderia contribuir para a resistência do agente à defesa do hospedeiro e à terapia

Palavras Chave

Acanthamoeba; vesículas extracelulares; encistamento

Área

Eixo 06 | 5.Protozooses humanas e veterinárias - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

2.Concorrer na categoria - Mestrado

Autores

Bruna Madeira de Sousa Fiuza, Isabela Aurora Rodrigues, Kamille Ribeiro Quirino, Cintha Furst , Adriana Oliveira Costa