Dados do Trabalho

Título

Análise da oportunidade do diagnóstico dos casos importados de malária notificados no Brasil entre os anos de 2012 a 2021

Introdução

No Brasil, a região amazônica concentra mais de 99% dos casos de malária. A região extra-amazônica, apesar de ter uma menor participação no registro de casos autóctones, notifica anualmente muitos casos de malária provenientes de áreas endêmicas, tornando-a suscetível à reintrodução da doença, uma vez que todo o território nacional é receptivo. Os casos importados de malária, principalmente quando diagnosticados e tratados tardiamente, podem afetar os sistemas de vigilância locais, contribuindo para a ocorrência de casos graves e até mesmo óbitos pela doença.

Objetivo (s)

Analisar a oportunidade dos casos importados de malária notificados no Brasil no período de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Este é um estudo descritivo que analisou dados secundários dos sistemas Sinan e Sivep-Malária. Ele considerou casos de malária importados de outros países, bem como casos notificados na região extra-amazônica com origem na região amazônica brasileira. A pesquisa foi submetida e obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) (Parecer nº 5.883.168) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP (Parecer nº 5.921.651).

Resultados e Conclusão

No período de estudo foram registrados 50.009 casos de malária importada de outro país e 2.874 casos importados notificados na região extra-amazônica com origem na região amazônica brasileira. Em relação à oportunidade de diagnóstico dos casos importados de outros países, o Maranhão liderou com diagnósticos em até 48 horas após o início dos sintomas (56,9%), enquanto o Amazonas notificou mais casos em até 96 horas (81,6%). Para os casos importados da região amazônica, o estado de Santa Catarina notificou mais em até 48 horas (23,6%), e o Distrito Federal liderou em até 96 horas (48,3%). São Paulo foi a Unidade da Federação (UF) que mais notificou malária após 96 horas para ambas as categorias de casos importados (p<0,001). Apesar do menor número de notificações, os casos importados da região amazônica apresentaram um maior intervalo de tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico. A identificação tardia da doença pode contribuir para a gravidade dos casos, especialmente em relação à letalidade associada ao Plasmodium falciparum. Além disso, essa demora para o diagnóstico e tratamento pode impactar na reintrodução da malária em áreas onde a transmissão já foi eliminada.

Palavras Chave

Epidemiologia; Malária importada; Plasmodium.