Dados do Trabalho
Título
Perfil demográfico e socioeconômico de pessoas em tratamento para hanseníase em município de alta endemicidade da Baixada Maranhense.
Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, que tem distribuição heterogênea no Brasil, com maiores taxas de detecção nos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, sendo mais prevalente em populações que vivem em condições de vulnerabilidade social. A identificação do perfil demográfico e socioeconômico de pessoas afetadas pela hanseníase, residentes em áreas de alta endemicidade pode fornecer subsídios para o desenvolvimento de estratégias voltadas para seu controle. Assim, justifica-se a realização do estudo em um município de alta endemicidade no estado do Maranhão.
Objetivo (s)
Descrever o perfil demográfico e socioeconômico de pessoas em tratamento para hanseníase em município de alta endemicidade da Baixada Maranhense.
Material e Métodos
Estudo descritivo, realizado de junho de 2022 a novembro de 2023, com pessoas em tratamento para hanseníase, com idade igual ou superior a 18 anos. Amostra composta por 26 pessoas que correspondeu a 76,5% dos 34 casos em tratamento no município de Pinheiro -MA. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão sob parecer nº 5.565.810.
Resultados e Conclusão
38,5% estavam em tratamento para a forma Virchowiana, 30,7% para a Dimorfa; percentuais iguais (15,4%) foram observados para as formas Indeterminada e Tuberculóide. Maiores frequências do sexo masculino (69,2%), raça/cor parda (73,1%), idade entre 18 a 59 anos (55,4%), com Ensino Fundamental Incompleto (50,0% sendo 26,9% analfabetos) e que moravam na zona urbana (88,5%). Todos residiam em casas de tijolos com cobertura de telha; a maioria das casas possuía de 4 a 6 cômodos (69,2%) e 1 banheiro (80,1%). O número de pessoa por casa variou de 1 a 10, com maiores frequências de 2 pessoas (38,5%) e 4 pessoas (26,9%) por domicílio. A maioria referiu abastecimento diário de água (80,77%), nenhum tratamento era realizado para a água utilizada para beber (65,4%), coleta pública do lixo (80,77%) e destino dos dejetos em fossa séptica (92,3%). Mais da metade recebia até 1 salário mínimo (57,7%). Conclui-se que o diagnóstico na amostra estudada foi tardio, com 69,2% com formas multibacilares da doença. Baixa escolaridade e necessidade de ampliação do número de domicílios com abastecimento de água e implantação de sistema de esgoto são estratégias necessárias para a redução da vulnerabilidade social das pessoas afetadas pela hanseníase residentes no município.
Palavras Chave
Hanseníase; Demografia; Fatores Socioeconômicos.
Área
Eixo 13 | Tuberculose e outras Microbactérias humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Dorlene Maria Cardoso Aquino, Daniel Lemos Soares, Ana Paula Monteiro Pimenta, Paulo César Sampaio Pires, Denise Carla Ferreira Abreu, Glenda Mendes Silva, Cristina Rosângela Silva Nascimento, Rita da Graça Carvalhal Frazão Corrêa, Nair Portela Silva Coutinho