Dados do Trabalho

Título

DESCRIÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS ADQUIRIDA, NO ESTADO DE MINAS GERAIS, DE 2012 A 2022

Introdução

A Sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Mesmo passível de prevenção, ela ainda se faz presente com alta frequência entre a população. Portanto, faz-se necessária a realização constante de análises epidemiológicas para identificação de vulnerabilidades e determinantes de risco que possibilitem a implementação de políticas públicas, direcionadas à população, diminuindo o adoecimento e ampliando o cuidado.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico da Sífilis Adquirida no estado de Minas Gerais, no período de 2012 a 2022, com o intuito de observar a distribuição dos casos e possibilitar planejamento mais adequado das ações de saúde.

Material e Métodos

Estudo ecológico, transversal e descritivo com base em dados secundários presentes na plataforma DATASUS, acessados em maio de 2024. A pesquisa utilizou-se dos indicadores “Total de casos de Sífilis Adquirida”, “Ano de notificação”, “Sexo”, “Raça”, “Faixa etária”, “Escolaridade” e “Evolução”; os quais foram filtrados por localidade (Minas Gerais) e por período (2012 a 2022).

Resultados e Conclusão

Constatou-se que 108.871 casos de Sífilis enquadraram-se nos parâmetros utilizados. O ano de 2012 teve o menor registro de casos (n = 1.513 - 1,39% do total), e 2022 o maior (n = 20.561 - 18,89% do total). Notou-se um aumento de casos ao longo do período, à exceção de 2020 que apresentou uma queda de 18,46% em relação a 2019, provavelmente relacionada à epidemia de COVID-19 e à subnotificação de casos. Houve prevalência do sexo masculino (64,29%). Quanto à raça, predomínio da parda (45,32%), seguida da branca (27,63%), não identificada (13,05%), preta (13,03%), amarela (0,83%) e indígena (0,14%). A faixa etária mais afetada foi a de 20-39 anos (59,88%), seguida de 40-59 anos (22,47%) e de 15-19 anos (9,94%). Quanto à escolaridade, a maioria era analfabeta (56,48%), seguidos daqueles cujo critério foi ignorado (43,46%) e de 1ª a 4ª série incompleta (0,06%). Dos casos registrados, 73,79% tiveram cura notificada, 62 quadros evoluíram para óbito pelo agravo notificado e 101 por outra causa. Diante disso, percebe-se a alta ocorrência da doença no estado de Minas Gerais, com maior incidência em determinados grupos. Evidencia-se, portanto, que as informações coletadas são essenciais para orientar a criação de medidas eficazes para o controle da doença, a partir de políticas que garantam o acesso ampliado à saúde daqueles que sofrem maiores iniquidades.

Palavras Chave

Sífilis; Epidemiologia; IST; Vulnerabilidade