Dados do Trabalho

Título

Vigilância dos casos novos de hanseníase com Grau de Incapacidade Física 2 (GIF 2), no estado de Rondônia, no ano de 2023

Introdução

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a Hanseníase é uma doença infecciosa crônica que acomete a pele, as mucosas e os nervos periféricos. O Grau de Incapacidade Física 2 (GIF 2) é um importante indicador epidemiológico para avaliar, tanto a eficiência das atividades da detecção precoce de casos, pelas equipes de vigilância e Atenção Primária à Saúde (APS), como também, avalia indiretamente os níveis de conscientização sobre sinais iniciais da doença, o acesso aos serviços de saúde e a destreza da equipe de atenção à saúde no diagnóstico da mesma. 

Objetivo (s)

Investigar os casos novos de hanseníase com GIF2 notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET hanseníase), para qualificar a informação do GIF2 no diagnóstico e instituir condutas para a reabilitação oportuna das deficiências físicas. 

Material e Métodos

Estudo descritivo com base em dados secundários extraídos do SINAN, variável 37 correspondente a Avaliação do Grau de Incapacidade Física no Diagnóstico, categoria 2 - Grau II, e por meio do Sistema de Investigação do Grau 2 de Incapacidade Física (SIGIF2/MS), dos casos novos de hanseníase em Rondônia, no período de 2023. A investigação se deu nas unidades da Rede de Saúde onde o paciente foi examinado e notificado, consistindo em uma nova Avaliação Neurológica Simplificada, com participação da equipe multidisciplinar que o avaliou no diagnóstico.  

Resultados e Conclusão

Com base nos dados obtidos, em 2023 foram notificados 443 casos novos de hanseníase, destes 408 (92,1%) foram avaliados quanto ao Grau de Incapacidade Física no diagnóstico, sendo 38 (9,3%) com GIF2. De acordo com relatório geral SIGIF2, dos 38 casos, foram investigados 26 (68,4%), dos quais 15 (57,7%) foram confirmados com GIF2, e 11 (42,3%) não confirmados. Com esses resultados, as bases municipais do SINAN foram atualizadas, resultando em queda do indicador, de 9,3% de GIF2 no diagnóstico, para 5,8%. Oportunizou-se na investigação do GIF2 capacitar em serviço as equipes e instituir o autocuidado e os encaminhamentos necessários para reabilitação física, bem como, para qualificar a informação no SINAN. Os resultados apontam para as dificuldades dos profissionais em reconhecerem as incapacidades decorrentes da doença e em indicar os cuidados necessários, para além da Poliquimioterapia Única (PQT-U). Mostra também a necessidade de capacitação continuada das equipes de vigilância e APS, para qualificar a avaliação de incapacidades da hanseníase.  

Palavras Chave

Palavras-chave: Hanseníase; Vigilância; Grau de Incapacidade Física 2