Dados do Trabalho

Título

Efeito da incorporação da terapia preventiva da tuberculose com 12 doses semanais de Rifapentina e Isoniazida no estado do Amazonas: uma análise do mundo real

Introdução

O Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT) com Rifapentina + Isoniazida em 12 doses semanais (3HP) foi incorporado ao SUS em outubro de 2021. Após incorporação, torna-se necessário avaliar o efeito de sua implementação na adesão ao TPT, especialmente em áreas com alta incidência da doença.

Objetivo (s)

Analisar o efeito da implementação do regime 3HP no TPT no estado do Amazonas.

Material e Métodos

Estudo transversal com dados do sistema de vigilância da infecção latente por tuberculose (IL-TB) do Amazonas (IL-TB; 2019-2023). Incluiu-se todos os casos novos notificados no IL-TB. Foram excluídas notificações duplicadas, TPT iniciadas para recém nascidos e os casos sem informação de encerramento. Avaliou-se a proporção média anual dos regimes de tratamento e de tratamentos completos. A TPT completa foi definida como variável explicativa para análise das diferenças de proporções de contribuição com tratamento completo segundo o regime de tratamento, com uso de Intervalo de Confiança de 95% e teste qui-quadrado com nível de significância de 0,05. O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para testar a hipótese de correlação positiva entre TPT utilizando regime 3HP x aumento de tratamentos completos. O estudo utilizou o software R para análise dos dados e obteve aprovação ética no CEP FMT-HVD.

Resultados e Conclusão

Entre 2019 e 2023 foram iniciados 5.213 TPT no Amazonas, com 5.009 apresentando desfecho conhecido (96%). Entre 2019 e 2021, as proporções médias de TPT com os regimes 6/9 meses de isoniazida e 4 meses de rifampicina foram 85% e 11%, respectivamente. O 3HP, implementado em out/21, contribuiu com 13% dos TPT nesse ano e, nos anos de 2022 e 2023, se consolidou como regime preferencial atingindo 83% dos TPT no Amazonas. No período pré-implementação do 3HP, a proporção média anual global de TPT completos foi de 75%, contra 83% do período pós-implementação. Nesse período, avaliou-se 3.115 registros com desfecho conhecido e identificou-se diferença estatisticamente significativa entre regime e tratamento completo (p<0,01), tendo o 3HP contribuído com a maioria dos tratamentos completos (2.143; 83%; IC95% 81,6% - 84,3%), contra 69% de incompletos (368; IC95% 67,4% - 70,7%). O coeficiente de correlação de Pearson foi de 0.79 (IC95% 0.59; 0.90; p<0,01), resultando em correlação forte-positiva entre o número de tratamentos com 3HP e o número de tratamentos completos de TPT. A incorporação do tratamento encurtado com 3HP proporcionou maiores taxas de conclusão do TPT no Amazonas.

Palavras Chave

Tuberculose Latente; adesão ao tratamento; Correlação de Dados