Dados do Trabalho
Título
Impacto das comorbidades entre óbitos por dengue no Brasil, 2016-2024: estudo transversal
Introdução
Dengue é a arbovirose com maior carga no mundo, sendo um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. É sabido que as doenças crônicas não transmissíveis influenciam no desfecho desfavorável dos pacientes. A oportunidade na identificação e caracterização das comorbidades, permitem intervenções clínicas e de saúde pública mais eficientes.
Objetivo (s)
Analisar a taxa de mortalidade em pacientes com comorbidades diagnosticados por dengue, no Brasil, entre 2016-2024.
Material e Métodos
Estudo transversal com dados de notificação do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2016 e SE19/2024, por meio do programa TabWin. Foram estudadas as seguintes comorbidades: Diabetes Mellitus, Hipertensão, Doenças Autoimunes, Doenças Hematológicas, Doenças Ácido pépticas, Doença Renal crônica e Hepatopatias. Foi calculada a razão de prevalência (RP), com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e erro alfa de 0,05. Foi utilizada uma amostra de 7.533 óbitos por dengue na região Brasil, no período. Os potenciais vieses são viés de informação e de confusão. Estudo com dados secundários, desidentificados, dispensada de registro na Plataforma Brasil.
Resultados e Conclusão
Do total de óbitos, 52,2% (3.932) apresentam pelo menos uma doença pré-existente, sendo que 57,9% apresenta apenas uma comorbidade, sendo 78,3% (3.077) hipertensão e 40,9% (1.612) diabetes as mais frequentes. São do sexo feminino 50,1% (1.970), em relação à raça/cor, 54% são brancos e 33% são negros (pretos ou pardos). A média de idade foi de 65 anos, variando de menor de 1 ano a 105 anos de idade, sendo que 50% dos casos tem 71 anos ou mais de idade. Os estados de SC e SP apresentam taxa de mortalidade de 371 e 316 por 1 milhão de habitantes, seguido de PR, MG e DF, sendo o único da região centro-oeste com esta magnitude. Observa-se que pacientes com comorbidades apresentaram 14,5% maior prevalência (IC 95%: 1,11-1,181) de classificação de dengue com sinais de alarme e 13,7% (IC 95%: 1,085-1,191) de dengue grave, valor p <0,05. A presença de comorbidades aumenta significativamente o risco de dengue com sinais de alarme e dengue grave, destacando a necessidade de atenção aos fatores de risco associados à gravidade da doença. O alto índice de doenças crônicas no Brasil torna a população mais vulnerável a complicações da dengue. A identificação precoce e o controle das comorbidades são cruciais para a redução da mortalidade por dengue, especialmente em cenários de epidemias.
Palavras Chave
dengue; Mortalidade; Comorbidades; Hipertensão
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Rainer Alves Crosara, Gabriel Diogo Ortegal Nunes, Isabella Soares Silveira , Julia da Cruz Padua, Milena Porto Tomaz, Alana Alarcão Louzada de Sá, Wanderson Kleber de Oliveira