Dados do Trabalho


Título

Tendência temporal e espacial dos acidentes com animais peçonhentos no Brasil durante o período pré e pós pandemia da COVID-19: um estudo ecológico de base populacional

Introdução

A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 afetou gravemente a saúde global, levando à suspensão de numerosos serviços de saúde, colocando desafios e esforços para controlar outras doenças e agravos à saúde como os acidentes com animais peçonhentos. Por isso, faz-se necessário entender se houve mudança na dinâmica espaço-temporal dos acidentes com animais peçonhentos no Brasil durante a pandemia da COVID-19.

Objetivo (s)

Analisar a distribuição espaço-temporal dos acidentes causados por animais peçonhentos no Brasil durante o período pré e pós pandemia da COVID-19 no período de janeiro 2013 a dezembro de 2022.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo ecológico analítico de base populacional, no qual calculamos as taxas de incidência dos acidentes por animais peçonhentos por município brasileiro e comparamos de forma temporal e espacial o período pré-pandemia (janeiro de 2013 a fevereiro de 2020) e o período pós-pandemia (março de 2020 a dezembro de 2022). Os dados sobre os acidentes com animais peçonhentos foram coletados por meio da plataforma on-line DATASUS. As estimativas de tendência foram realizadas através do método STM e os clusters assim como o Risco Relativo foram verificados através da técnica de Varredura Espacial.

Resultados e Conclusão

De 2013 a 2022 foram notificados um total de 2.202.842 casos de acidentes com animais peçonhentos no Brasil. Dentre os acidentes, os com escorpiões (58.40%) tiveram a maior ocorrência, seguido dos acidentes com aranhas (14.31%), serpentes (13.09%), abelha (7.88%), outros (4.24%) e lagarta (2.08%). O Brasil apresentou uma tendência crescente de 2017 a 2019 (APC 0.98, P < 0,001) e uma tendência estável de 2020 a 2022 (APC 0.42, P < 0,080). Foi observada dependência espacial das taxas suavizadas antes (Moran I: 0.47; P = 0.000) e depois da pandemia da COVID-19 no Brasil (Moran I: 0.50; P = 0.000). No período pré-pandemia um total de 33 municípios apresentaram risco relativo (RR > 7,7) e localizavam-se nas regiões Sul (n=13), Sudeste (n=13), Nordeste (n=8), Centro-Oeste (n=1). No período pós pandemia um total de 48 municípios apresentaram risco relativo maior que (RR > 7.7) e localizavam-se nas regiões Sudeste (n=33), Nordeste (n=9), Centro-Oeste (n=4), Sul (n=1) e Norte (n=1). Nossas análises revelaram uma tendência de estagnação nos acidentes com animais peçonhentos de 2020 a 2022, período referente a pandemia da COVID-19. A distribuição espacial dos casos foi heterogênea, para ambos os períodos estudados, pré e pós pandemia da COVID-19.

Palavras Chave

Animais venenosos; Distribuição espacial; Sistemas de Informação em Saúde; SARS-CoV-2.

Área

Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

3.Concorrer na categoria - Doutorado

Autores

Sálvia Cely Cerqueira Carvalho, Thayane Santos Siqueira, Lívia Silveira Silva, Jamile Rodrigues Cosme de Holanda, Adriano José dos Santos, José Rodrigo Santos Silva, Víctor Santana Santos