Dados do Trabalho


Título

Avaliar a viabilidade de metodologia aplicadas na preservação de Coccicioides spp. e Blastomyces dermatitidis, da Coleção de Culturas Prof. Carlos da Silva Lacaz, do Instituto de Medicina Tropical da FMUSP.

Introdução

Os gêneros Coccidioides e Blastomyces representam agentes dimórficos, ou seja, possuem forma infectante que se encontra na natureza (filamentosa), à temperatura ambiente; e a forma parasitária na temperatura corporal. A coccidioidomicose, no Brasil, está fortemente vinculada à caça de tatus, sendo endêmica em vários estados do Nordeste, enquanto a blastomicose é uma doença endêmica na América do Norte.

Objetivo (s)

Este trabalho objetivou avaliar a viabilidade dos fungos Blastomyces dermatitidis e Coccidioides spp. preservados de 1930 a 1976, da Coleção de Culturas Prof. Carlos da Silva Lacaz, do Laboratório de Micologia Médica – LIM 53 do IMT-FMUSP. Além da viabilidade avaliar a melhor metodologia de preservação, já que estavam preservados em três diferentes metodologias, ou seja, pelo Método de Castelani, por Congelamento a - 80⁰ C e em Óleo Mineral.

Material e Métodos

Avaliamos a viabilidade de B. dermatitidis (15) e Coccidioides spp. (5) preservados de 1930 a 1976. Eles foram manipulados em Fluxo Laminar Pachane, modelo 610, usando protocolos de biossegurança adequados. Cada isolado foi inoculado nos meios de Ágar Sabouraud Dextrose – SAB e Ágar Soja e incubados a 270 C, por um período de 60 dias, sendo avaliado o crescimento diário e após esse período; culturas inviáveis foram descartadas. A identificação foi realizada por avaliação fenotípica, por metodologia micológica clássica e identificação molecular, por sequenciamento automatizado.

Resultados e Conclusão

Os gêneros avaliados apresentaram maior índice de viabilidade no método de preservação em óleo mineral. B. dermatitidis preservados por 11 anos em óleo mineral, método de Castellani e congelamento, demonstrou 73%, 20% e 13% viabilidade, respectivamente. Isolados de Coccidioides spp. preservados em óleo mineral por 42 anos apresentaram 80% de inviabilidade, mas a preservação de 24 anos resultou em 100% de viabilidade. Os preservados por congelamento a -80⁰ C (24 anos de preservação) resultaram em 80% de viabilidade, enquanto pelo método de Castellani foram inviáveis. A micromorfologia foram compatíveis quanto à morfologia dos gêneros estudados. Concluímos que ao avaliarmos estes três métodos de preservação, obtivemos o melhor índice de viabilidade com o método de subculturas em óleo mineral, para os respectivos agentes estudados. Enquanto, o método de Castellani apresentou baixos índices de viabilidade para ambos, e a criopreservação não apresentou bons resultados para B. dermatitidis, entretanto demonstrou boa viabilidade para Coccidiodides spp.

Palavras Chave

Preservação em óleo Mineral; Fungos dimórficos; Coccidiodes spp; Blastomyces dermatitides; Longos períodos de preservação; Metodologias de Preservação

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Ingrid Gonçalves Costa Leite, Lais Oliveira Nascimento, Viviane Mazo Fávero Gimenes, Tiago Alexandre Cocio, Roseli Santos Freitas-Xavier, Gil Benard