Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia Molecular dos Vírus da Gripe no Brasil: Insights de uma Ampla Análise Nacional

Introdução

Os vírus Influenza A e B representam ameaças globais significativas à saúde, contribuindo substancialmente para as taxas de morbidade e mortalidade. No entanto, há uma necessidade urgente de aprimorar a compreensão da epidemiologia molecular desses vírus no Brasil, um país de dimensões continentais e um ponto crucial para a entrada, circulação e disseminação dos vírus Influenza na América do Sul.

Objetivo (s)

Este estudo buscou preencher essa lacuna ao caracterizar molecularmente o gene da Hemaglutinina (HA) dos virus Influenza de modo à classificar as linhagens e subtipos circulantes, estabelecer as relações evolutivas entre as cepas virais, e identificar possíveis alterações antigênicas.

Material e Métodos

Utilizamos sequências nucleotídicas do gene HA dos virus Influenza isolados em todas as macrorregiões brasileiras entre 2021 e 2023. O dataset contou com 1,277 geradas no estudo por meio do Centro de Vigilância Viral e Avaliação Sorológica-CeVIVAS, e demais disponíveis no banco de dados público GISAID. Utilizamos uma abordagem filogénetica, em associação com análises epidemiológicas, e de comparação entre  as linhagens circulantes no país e as cepas vacinais vigentes.

Resultados e Conclusão

A análise filogenética do gene da HA dos vírus Influenza A/H1N1pdm09, A/H3N2 e Influenza B/linhagem Victoria revelou que, durante o ano de 2021 e no primeiro semestre de 2022, a linhagem 3C.2a1b.2a.2a.3 de A/H3N2 foi a predominante no país. Subsequentemente, a linhagem 3C.2a1b.2a.2b de A/H3N2 tornou-se prevalente até o mês de Outubro, quando foi substituída pelas linhagens 6B.1A.5a.2a (5a.2a) e 6B.1A.5a.2a.1 (5a.2a.1) de A/H1N1pdm09. Esse cenário foi mantido ao longo de 2023. A linhagem V1A.3a.2 de B/Victoria passou a circular, em baixos níveis, entre Dezembro de 2021 e Setembro de 2022, e depois tornou-se co-prevalente com as linhagens 5a.2a e 5a.2a.1 de A/H1N1pdm09. Importante destacar que foram observados padrões distintos de frequência em que as linhagens de Influenza A circularam nas macrorregiões do Brasil, o que ressalta variações regionais na circulação do vírus. Portanto, este estudo, além de realizar a caracterização molecular dos vírus Influenza A e B circulantes no Brasil, forneceu insights valiosos sobre seus padrões de circulação e dinâmicas nas diversas macrorregiões do país. Esses achados têm implicações significativas para intervenções de saúde pública, informando estratégias para mitigar os riscos de transmissão, otimizar os esforços de vacinação e aprimorar as medidas de controle de surtos.

Palavras Chave

Influenza A; Influenza B; Vigilância Genômica; Filogenia; Cepas vacinais

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Isabela Carvalho Brcko, Vinicius Carius de Souza, Gabriela Ribeiro, Alex Ranieri Jeronimo Lima, James Siqueira Pereira, Daniel Larh, Svetoslav Nanev Slavov, Marta Giovanetti, Sandra Coccuzzo, Maria Carolina Elias Sabbaga, Projeto CeVIVAS