Dados do Trabalho

Título

Avaliação de extratos dos estágios evolutivos esquistossômulo, verme adulto e ovo no diagnóstico sorológico da esquistossomose mansoni em área de baixa endemicidade

Introdução

Os programas de controle da esquistossomose mansoni no Brasil obtiveram sucesso na redução da incidência de casos graves da doença. No entanto, ainda existem áreas com transmissão, nas quais indivíduos apresentam uma baixa carga parasitária. Nessas áreas, os diagnósticos pelos métodos parasitológicos se mostram pouco sensíveis, sendo assim, as técnicas sorológicas por apresentar alta sensibilidade podem aprimorar o diagnóstico da infecção por Schistosoma mansoni.

Objetivo (s)

Nesse contexto, como forma de contribuir para o avanço de novas metodologias diagnósticas, este trabalho utilizou extratos dos estágios evolutivos do parasito (esquistossômulo, verme adulto e ovo) como fontes de antígenos e comparou sua eficácia na detecção de anticorpos IgG anti-S. mansoni no soro de indivíduos residentes numa área de baixa endemicidade.

Material e Métodos

Para tanto foram analisadas 604 amostras de soro de residentes dos bairros periféricos de Siderlândia, Cantagalo, Santa Clara, São Luiz e Nova Esperança, no município de Barra Mansa, Rio de Janeiro, Brasil. Todas as amostras foram analisadas pelo ELISA utilizando os extratos dos estágios evolutivos esquistossômulo, verme adulto e ovo para a pesquisa de anticorpos IgG. As amostras positivas pelo ELISA-IgG foram submetidas à técnica de Western Blotting, para identificação de frações proteicas imunodominantes presentes nos extratos utilizados. O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética do HCFMUSP (protocolo no CAAE 36519020700000068).

Resultados e Conclusão

O extrato de verme apresentou os melhores parâmetros de diagnóstico com sensibilidade de 93,3% e especificidade de 96,7%. Observou-se que, por ELISA, os três extratos apresentaram desempenho semelhante quanto à positividade. Entre as amostras analisadas, 28% foram reagentes no ELISA IgG com o extrato de esquistossômulo, 30% com o de verme e 30,5% com o de ovo. Foram observadas bandas imunodominantes diferentes para os três extratos utilizados. As frações proteicas de 52, 28 e 110 kDa foram as que apresentaram os melhores parâmetros de diagnóstico nos extratos de esquistossômulo, verme adulto e ovo, respectivamente. Verificou-se que 62,1%, 69% e 62,5% das amostras reagentes pelo ELISA IgG foram confirmadas pelo WB no extrato de esquistossômulo, verme e ovo, respectivamente. Os presentes resultados demonstram que o extrato de verme adulto apresentou melhor desempenho no imunodiagnóstico, podendo ser utilizado na detecção da infecção por S. mansoni em uma área de baixa endemicidade.

Palavras Chave

Esquistossomose mansoni; baixa endemicidade; diagnóstico sorológico; ELISA; Western Blotting