Dados do Trabalho
Título
ALTERAÇÕES COGNITIVAS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV ATENDIDAS NA FUNDAÇÃO DE MEDICNA TROPICAL DR HEITOR VIEIRA DOURADO
Introdução
As alterações neurocognitivas associadas ao HIV (HAND) estão relacionadas com o dano direto imposto pelo vírus no cérebro. A terapia antirretroviral (TARV) contribuiu para a redução da demência grave, embora certo grau de comprometimento cognitivo permaneça em metade dos pacientes. É inegável o papel da cognição para a independência e a qualidade de vida, assim, o conhecimento da epidemiologia déficit cognitivo nos portadores do vírus HIV tem sido relevante para o manejo clínico dos pacientes.
Objetivo (s)
Descrever o perfil clínico-epidemiológico das HAND em PVHIV.
Material e Métodos
A casuística incluiu pessoas portadoras do vírus HIV, com 18 anos ou mais, atendidas na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, entre setembro de 2022 e julho de 2023. Os participantes realizaram os seguintes testes cognitivos: MEEM, 10-CS e IHDS. Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados dos prontuários. Foi considerado com distúrbio neurocognitivo, o participante que apresentou resultado alterado em pelo menos um dos testes aplicados. Esse estudo teve aprovação ética.
Resultados e Conclusão
Foram incluídos 46 participantes, 25 (54,4%) do sexo masculino, com média de idade de 38,7 anos, escolaridade média de 8,7 anos, tempo de diagnóstico acima de 1 ano (69,6%) e coinfecção neurológica em 11 (23,9%). Em relação ao tratamento específico, 5 (10,9%) não haviam iniciado a TARV, 31 (75,6%) iniciaram há menos de 1 ano, 23 (56,0%) estavam em uso regular e 18 (44%) estavam em uso irregular ou em abandono do tratamento. Trinta (65,2%) pacientes estavam no estágio 3 da doença e 17 (36,9%) com carga viral acima de 100.000 cópias/ml. A frequência de alterações cognitivas nos 46 pacientes foi de 93,4% (43/46) e ao excluirmos os que tinham coinfecção neurológica (11/46), a frequência de alteração cognitiva foi de 94,3% (33/35), variando de assintomáticos até perda cognitiva grave. Ao avaliarmos os testes cognitivos separadamente, encontramos frequências de alterações semelhantes nos três testes. No teste MEEM foi de 69,7% sendo 36,4% com perda cognitiva leve e ,30,3% moderada. No 10-CS, a frequência foi de 72,7%, 50,0% com possível perda cognitiva e 50,0% com provável perda cognitiva. No IHDS, a frequência de possível demência foi de 75,0%. A frequência de HAND foi alta na amostra estudada. Os testes neurocognitivos aplicados foram sensíveis para detectar alterações cognitivas e podem ser usados como triagem. Novos estudos são necessários para verificar possíveis causas ou fatores de riscos associados às alterações cognitivas.
Palavras Chave
Demência por HIV; HAND; Alterações neurocognitivas.
Área
Eixo 10 | 4.Outras viroses humanas e veterinárias - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
BEATRIZ OLIVEIRA CARDOSO, Giovana de Oliveira Sarubi, Steffany Protásio Moura de Oliveira , MARJORIE BINDÁ LEITE, HITESH BABANI, SALETE SARA ALVAREZ FERNANDES, LUIZ HENRIQUE NOVAES DA SILVA, VANDERSON DE SOUZA SAMPAIO, MÁRCIA ALMEIDA ARAÚJO ALEXANDRE