Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE MALÁRIA AUTÓCTONE NA REGIÃO EXTRA-AMAZÔNICA DO BRASIL, NO PERÍODO DE 2013 À 2022.

Introdução

Apesar da ocorrência de malária endêmica em estados da região extra-amazônica como Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, o deslocamento de pacientes acometidos pela doença, provenientes da região amazônica e de países endêmicos, com certa frequência acarretam surtos localizados na região extra-amazônica. Isso ocorre devido a receptividade de algumas áreas, como regiões de mata atlântica e litorâneas, onde existe a presença de vetores competentes, pacientes assintomáticos e reservatórios em primatas não humanos. Sendo assim, é de suma importância compreender o registro dos casos na região não endêmica, a fim de nortear as ações de vigilância da doença. 

Objetivo (s)

Analisar os casos autóctones de malária na região extra-amazônica, no período de 2013 à 2022. 

Material e Métodos

Estudo descritivo sobre a situação epidemiológica da malária autóctone na região extra-amazônica. Para a análise dos dados foi utilizado o banco de dados do Sinan e o programa Tableau® 2024.1.0. Este trabalho não foi submetido à Comissão de Ética, porque utilizou dados secundários.  

Resultados e Conclusão

No período analisado foram registrados 854 casos autóctones de malária. O estado que registrou maior número de casos autóctones no período foi o Espírito Santo, com 328 casos. Em 2018 houve o maior registro de casos autóctones, com 247 casos, sendo 145 casos causados por P. falciparum registrados em um surto no Espírito Santo. Em relação ao período entre o início dos sintomas e o tratamento, observamos que a maioria dos casos (86,6%) foram tratados após 48 horas. Analisando os casos por atividade realizada nos últimos 15 dias, destacou-se a agricultura (28,3%), seguido de viajante (15,7%) e atividades domésticas (7,3%). A malária na região extra-amazônica requer maior atenção em sua suspeição, visto que o intervalo entre os sintomas e o tratamento resultam no agravamento do quadro clínico dos pacientes. Segundo a presente análise, estados da região sudeste do país apresentaram maior ocorrência da doença nos últimos dez anos. Assim, recomenda-se o fortalecimento das ações de educação em saúde bem como o preparo da rede de atenção primária da região extra-amazônica, com o intuito de dirimir o impacto da doença. 

Palavras Chave

malária; extra-Amazônia; Plasmodium