Dados do Trabalho


Título

Análise de Fatores Ambientais e Casos de Dengue no Brasil e no Estado de São Paulo

Introdução

A dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, apresentando-se como um problema de saúde pública no Brasil com cerca de 1,5 milhão de casos notificados em 2019, sendo a região Sudeste a mais afetada. Os sintomas exibem uma grande gama de queixas, tornando a doença subnotificada pela sua variabilidade de apresentações. Esta arbovirose se espalha principalmente pelo seu vetor, Aedes aegypti, cuja atividade é influenciada por fatores climáticos como chuva e temperatura. Com as mudanças globais no clima, eventos extremos têm elevado sua frequência, afetando os vetores de doenças e contribuindo para surtos de dengue.

Objetivo (s)

Este estudo visa entender como as variáveis climáticas afetam os casos de dengue em São Paulo e no Brasil, sendo o objetivo primário deste artigo relacionar os dados de pluviosidade e temperatura com os casos de dengue.

Material e Métodos

O número de casos notificados foi coletado através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e os dados relativos à precipitação acumulada mensal e temperatura média mensal foram obtidos a partir do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de 2001 a 2023. O tratamento estatístico envolveu testes de normalidade e correlação (Spearman) entre as variáveis, além de observar o impacto da temperatura e pluviosidade versus n° de casos notificados de dengue nos cinco meses subsequentes (lag).

Resultados e Conclusão

A análise dos dados de temperatura vs. n° de casos de dengue mostrou a nível nacional (Brasil) uma correlação de 0,11 (IC: -0,00 – 0,23; p<0,001) no próprio mês de análise, alcançando uma correlação de 0,71 (IC: 0,65 – 0,77; p<0,001) na análise com lag de 3 meses. Os dados de precipitação vs. n° de casos de dengue mostraram uma correlação de 0,38 (IC: 0,27 – 0,48; p<0,001) no próprio mês e de 0,72 de (IC: 0,65 – 0,77; p<0,001) com lag de 2 meses. A análise a nível estadual (São Paulo) de temperatura vs. n° de casos de dengue exibiu uma correlação de 0,22 (IC: 0,1 – 0,03; p<0,001) no próprio mês de análise e de 0,65 (IC: 0,57 – 0,71; p<0,001) com lag de 2 meses. Os dados de precipitação vs. n° de casos de dengue exibiu uma correlação de 0,1 (IC: -0,01 – 0,2; p<0,001) para o próprio mês e de 0,54 (IC: 0,45 – 0,62; p<0,001) com lag de 3 meses. Conclui-se que as variáveis climáticas têm uma correlação estatisticamente significativa com os casos de dengue no Brasil e em São Paulo. Isso sugere a possibilidade de usar esses dados para prever o impacto das mudanças climáticas na disseminação da dengue.

Palavras Chave

dengue; Arboviroses; variáveis climáticas

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Lucas Matheus Bispo Césped, Maria Fernanda Vianna Marvulo