Dados do Trabalho

Título

Características sociodemográficas, clínicas e operacionais dos casos de coinfecção Tuberculose e HIV no estado do Amazonas, no período de 2013 a 2022

Introdução

A tuberculose (TB) continua sendo a principal doença oportunista e causa de morte entre pessoas vivendo com HIV (PVHIV) e se mantém como desafio para a saúde pública.

Objetivo (s)

Analisar o perfil dos casos novos de coinfecção TB/HIV no estado do Amazonas, no período de 2013-2022.

Material e Métodos

Estudo transversal com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Amazonas, no período de 2013 a 2022. Incluiu-se casos novos de TB/HIV+ com 18 anos ou mais, residentes no Amazonas e situação de encerramento conhecida. Classificou-se as variáveis em sociodemográficas, clínicas e operacionais. Utilizou-se o software Tableau 2022.1 para análise dos dados e o estudo obteve aprovação ética do CEP HUGV/UFAM.

Resultados e Conclusão

Entre os 3.837 casos novos de TB/HIV+, identificou-se concentração de casos residentes em áreas urbanas (92,8%), do sexo masculino (74,67%), raça parda (80,5%), com menos de 8 anos de estudo (85%) e com critério de AIDS (93,7%). Alcoolismo, tabagismo e uso de drogas destacaram-se como agravos associados (21,2%, 14,4% e 13,7%, respectivamente) e 2,2% eram privados de liberdade. Adultos jovens apresentaram maiores proporções, com 34,9% (18-30 anos) e 45,1% (31-45 anos). Houve predomínio da forma clínica de TB pulmonar exclusiva (66,5%), enquanto as formas mistas e extrapulmonares contribuíram com 17,5% e 16%, respectivamente. Entre essas últimas, 8,31% foram ganglionares periféricas, 7,1% pleural e 6,7% miliar. A radiografia de tórax foi sugestiva de TB em 82,4% dos casos; a baciloscopia de escarro foi positiva em 29,1%; a cultura de escarro foi positiva em 16,4%; o teste rápido molecular, detectável/sensível à Rifampicina em 29,7% e resistente em 1,4%; 48,1% estavam em terapia antirretroviral (TARV). 51,5% completaram o tratamento; 17% interromperam e 21,6% foram a óbito. Homens, pardos e com menos de oito anos de estudo foram as características individuais predominantes e em todos os testes bacteriológicos, as proporções de positivos foram menor que 30%, de forma que os critérios clínico-radiológicos foram decisivos para confirmação dos casos. Quase a totalidade dos casos possuíam critério de Aids e metade dos indivíduos estavam em uso de TARV. Entre 10% a 20% eram usuários de drogas, tabaco e álcool, características que podem explicar a baixa proporção de casos com tratamento completo, em função de elevada interrupção de tratamento e óbito. Isso demanda por ações estratégicas para melhoria da atenção e vigilância da coinfecção TB/HIV no estado.

Palavras Chave

Tuberculose; hiv; Epidemiologia; coinfecção; Saúde Pública