Dados do Trabalho
Título
Panorama epidemiológico da malária em um município com alto risco de transmissão no Amazonas, Brasil
Introdução
No Brasil, mais de 99% dos casos autóctones de malária estão concentrados na região amazônica. Em 2022, 43,2% dos casos foram registrados no estado do Amazonas e o município de Barcelos foi o segundo do estado com o maior número de casos.
Objetivo (s)
Descrever os casos autóctones de malária ocorridos em Barcelos, Amazonas no período de 2003 a 2022.
Material e Métodos
Estudo descritivo com dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica - Malária (Sivep-Malária) de 2003 a 2022. Para a análise dos dados, foi utilizada a versão 4.3.1 do software RStudio.
Resultados e Conclusão
No período estudado, foram registrados 102.332 casos autóctones de malária no município. Observou-se que a distribuição por sexo foi de 45% feminino e 55% masculino e em relação à raça/cor, a maioria dos casos foram em indígenas (39%), seguido por pardos (22%). As faixas etárias com maior representação dos casos foram 1-10 anos (40%) e 11-20 anos (23%). Quanto à escolaridade, 27% dos indivíduos eram analfabetos, 13% possuíam do 1º ao 5º ano do ensino fundamental incompletos e 13% do 6º ao 9º ano do ensino fundamental incompletos. No ano de 2006 foram registrados 8.751 casos de malária e em 2011 2.177, o que representou uma redução de 75%. Entretanto, os casos voltaram a aumentar e o ano com maior número de registros foi 2021, com 10.457 casos. No período estudado, foram registrados 21.618 (21,1%) casos de Plasmodium falciparum e malária mista e 80.714 (78,9%) casos por outras espécies parasitárias, majoritariamente por Plasmodium vivax. Em todos os anos, o município apresentou uma Incidência Parasitária Anual (IPA) acima de 50 casos por mil habitantes. Já em relação à Incidência de Falciparum Anual (IFA), o município foi classificado como de baixo risco no ano de 2003, de médio risco em 2016 e nos anos de 2007 e 2021 como de alto risco para infecção por P. falciparum. O município de Barcelos é uma área de alto risco para a transmissão de malária. A maioria dos casos ocorreram em indígenas, em pessoas com até 20 anos e em analfabetos. A redução no número de casos ocorrida no ano de 2011 não se manteve ao longo dos anos, sendo necessário garantir a continuidade das ações de vigilância através do diagnóstico e tratamento oportunos, mobilização social e o comprometimento de todos os envolvidos nas ações de vigilância, prevenção, controle e eliminação.
Palavras Chave
malária; Amazonas; Epidemiologia
Área
Eixo 06 | 3.Protozooses humanas e veterinárias - Malária
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Jessica de Oliveira Sousa, Tarcilla Corrente Borghesan, Ana Carolina Laraia Ciarlini, Anderson Coutinho da Silva, Marcio Pereira Fabiano, Alexander Vargas