Dados do Trabalho

Título

A CARGA DE DENGUE NOS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL, 1990 a 2019: estimativas do Global Burden of Disease 2019

Introdução

A dengue é atualmente endêmica em mais de 100 países, sendo que os do continente americano se destacam na carga da doença por contribuírem com expressivo número de casos. Alguns dos fatores relacionados ao estabelecimento e à transmissão da doença no continente são o clima tropical; cobertura insuficiente de saneamento básico; e a desigualdade socioeconômica. Em decorrência desse cenário, estudos em epidemiologia utilizando bancos de dados para a geração de estimativas sobre a perda de saúde da população a nível global, nacional ou local com relação a doenças, tornam-se relevantes, em especial para a dengue.

Objetivo (s)

Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo analisar a carga de dengue nos países da América do Sul por meio das métricas estimadas pelo Global Burden of Disease (GBD) para os anos de 1990 a 2019 a fim de descrever, comparar e mapear as estimativas de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) e incidência.

Material e Métodos

As métricas foram agrupadas por país, de 1990 a 2019 e apresentadas com as taxas padronizadas por idade por 100.000 habitantes e respectivos intervalos de incerteza (II95%). Também foram calculados os percentuais relativos de mudança para os países da América do Sul entre os anos de 1990 e 2019. O protocolo do presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob número de Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) 62803316.7.0000.5149.

Resultados e Conclusão

Colômbia e Paraguai no ano de 2010 e Suriname no ano 2000 apresentaram as maiores taxas de incidência e DALYs, para a arbovirose nos anos de estudo, sendo elas 1.330,74 (II95% 606,88-2.235,40); 1.914,61 (II95% 720,13-3.439,01); e, 2.011,54 (II95% (894,84-3.288,11), respectivamente. De modo geral, os maiores valores do percentual de mudança nas taxas de DALYs foram observados na Colômbia (349,1%), Suriname (235,0%) e Guiana (168,4%) entre os anos de 1990 e 2019. As taxas de DALYs e de incidência da dengue no continente sul-americano se apresentaram mais altas e constantes no Suriname, Colômbia e Paraguai devido a fatores como co-circulação dos sorotipos, temperatura e falta de saneamento básico. Sendo assim, o desenvolvimento de ações e políticas públicas além de estudos que descrevem a dinâmica epidemiológica da dengue frente aos indicadores de carga de doença, são fundamentais para a melhoraria do controle da doença no continente sul-americano.

Palavras Chave

Epidemiologia; Carga de Doença; DALYs; dengue; América do Sul; Brasil.