Dados do Trabalho

Título

Sinais e sintomas de febre do Oropouche: Uma Revisão de Escopo

Introdução

A febre do Oropouche (FO) é uma doença causada pelo vírus Oropouche (OROV) que foi primeiramente identificada em 1955 em Trinidad e Tobago. No Brasil, OROV foi isolado pela primeira vez em 1960. Até a Semana Epidemiológica 21 de 2024, 16 Unidades Federadas tinham notificado 5.802 casos da FO. A FO apresenta sinais e sintomas semelhantes aos outros arboviroses como dengue, Zika e chikungunya. Á vista disso, o presente estudo se justifica pela importância de identificar os sinais e sintomas deste agravo relatados na literatura a fim de subsidiar as ações de vigilância epidemiológica e orientações quanto o manejo clínico dos casos. 

Objetivo (s)

Identificar os sinais e sintomas da Febre do Oropouche relatados na literatura científica. 

Material e Métodos

Foi realizada uma Revisão de Escopo com protocolo previamente elaborado e publicado no Open Science Framework. O relato da revisão seguiu o Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews.  A busca foi feita em três bases de dados e um repositório: Medline via Pubmed, Embase, Epistemonikos e Biblioteca Virtual em Saúde. 

Resultados e Conclusão

Um total de 47 estudos atendaram os critérios de elegibilidade. A data de publicação variou de 1975 a 2024. Destes, 66,7% foram estudos brasileiros. Alguns dos sinais e sintomas mais relatados foram: febre, cefaleia, artralgia, mialgia, fotofobia, calafrios, tontura. Outros eventos menos frequentes foram: hemorragia (petéquias, epistaxe, sangramento gengival e vaginal) e manifestações neurológicas: encefalite, meningite, meningoencefalite e meningismo. Astenia foi reportado de persistir em até um mês após o início dos sintomas. O tempo de incubação variou de 3 a 10 dias enquanto o tempo até a recuperação variou de 2 a 7 dias. A recorrência foi estimada em 60% a 70% dos casos e ocorreu em até 10 dias após o início da fase aguda. As manifestações clínicas foram semelhantes ao da fase aguda e em alguns casos, retornavam com maior intensidade. Houve relato de coinfecção com outras arboviroses como dengue, chikungunya e Mayaro. Não houve relato de óbitos.    A FO apresenta manifestações clínicas semelhantes as outras arboviroses como dengue, chikungunya e Zika. Há necessidade de implementação de uma vigilância ativa dos casos de FO diante da co-circulação destas arboviroses no território nacional assim como testes laboratoriais capazes de detectar os vírus circulantes causadores destes agravos. O diagnóstico correto e oportuno é essencial para o manejo clínico adequado dos pacientes.

Palavras Chave

Febre Oropouche; sinais e sintomas; vigilância epidemiológica.