Dados do Trabalho

Título

Malária em mulheres em áreas de garimpo na Amazônia brasileira

Introdução

A malária é um desafio significativo para a saúde pública global. No Brasil, especialmente na região amazônica, sua prevalência é especialmente preocupante em regiões remotas, como áreas de garimpo. Esses locais apresentam características peculiares que favorecem a transmissão da doença. Nos últimos cinco anos, na região amazônica, as mulheres participaram com quase 40% dos casos de malária

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico dos casos de malária em áreas em mulheres com transmissão em áreas de garimpo na região amazônica.

Material e Métodos

Estudo descritivo dos casos autóctones de malária em mulheres com transmissão em áreas de garimpo entre os anos de 2017 a 2021 na região amazônica. Os dados não nominais foram obtidos a partir do Sivep-Malária. Os casos foram estratificados por variáveis sociodemográficas (faixa etária, raça/cor,  escolaridade e atividade nos últimos 15 dias) e relativos à doença (tipo de exame, resultado do exame, tipo de detecção e tratamento a partir dos sintomas). Para o tratamento dos dados foram utilizados os softwares Tableau 2021.4 e Excel 2016. 

Resultados e Conclusão

No período de 2017 a 2021, foram notificados 13.279 casos de malária em mulheres com transmissão relacionada a área de garimpo na região amazônica. A faixa etária mais afetada, com 80% (10.822) das infecções foi de 20 a 59 anos. Em relação a raça/cor, 81,5% (10.822) das mulheres se autodeclararam pardas/pretas. Quanto à escolaridade, a maioria possuía o ensino médio com 36,7% (4.867) seguido de ensino fundamental com 32,2% (4.281). A ocupação com maior destaque foi a garimpagem/mineração, com mais da metade dos casos, 54,4% (7.249), seguidas das ocupações doméstica e outras ocupações com 21,0% (2.791) e 18,8% (2.493), respectivamente. A maioria das infecções foram diagnosticas por gota espessa, 88,1% (11.701), em que 83,7% (11.758) dos casos foram por Plasmodium vivax. A busca ativa teve a maior participação de 88,5% (11.758) por tipo de detecção e 59,9% (7.953) dos casos foram tratados em até 48 horas a partir dos sintomas. Compreender a transmissão da malária em mulheres em regiões de garimpo na Amazônia brasileira é fundamental para a identificação de ações e estratégias que visem a eliminação da malária nessas regiões.

Palavras Chave

malária; Plasmodium spp.; mulheres; Garimpo.