Dados do Trabalho


Título

Acidentes por animais peçonhentos com crianças em São Paulo: um estudo ecológico de série temporal​​​

Introdução

Acidentes por animais peçonhentos são de notificação compulsória no Brasil, com alta taxa de morbimortalidade. O ofidismo, por exemplo, é classificado como uma Doença Tropical Negligenciada segundo a OMS, sendo mais grave em crianças e idosos. Outros animais como as aranhas e os escorpiões são também causadores de acidentes no país e, quando se pensa nesses últimos, destaca-se o perigo maior para as crianças menores de 10 anos.

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico dos acidentes causados por animais peçonhentos em crianças na cidade de São Paulo.

Material e Métodos

Estudo transversal, descritivo e de abordagem qualitativa, com base em dados fornecidos pelo Sistema de Notificações e Agravos disponibilizado no DATASUS. Referente ao estado de São Paulo nos anos de 2022 a 2018 com critérios de faixa etária (0-9 anos), sexo, município de notificação, tipo de acidente, soroterapia e evolução do caso. A coleta de dados foi realizada no dia 26 de abril de 2024.

Resultados e Conclusão

O estado de São Paulo registrou um total de 23.504 notificações de acidentes envolvendo animais peçonhentos em crianças, sendo respectivamente os municípios de Piracicaba (1.288), Ribeirão Preto (930) e São José do Rio Preto (682) os locais com os maiores números de ocorrências. A distribuição dessas notificações se manteve estável ao longo do período estudado, com 4.491 casos em 2018, 4.890 em 2019, 4.688 em 2020, 4.344 em 2021 e 5.091 em 2022. Dentre essas, 44 casos evoluíram para óbito, com a maior parte ocorrendo na faixa etária de 1 a 4 anos, representando 59,09% do total de mortes. A soroterapia foi prescrita em 3.998 das ocorrências. Em relação ao sexo, foi apresentada a maior incidência na população masculina 56,7% (13.335), quando comparado à femina com 43,23% (10.161) e 0,076% (18) foi ignorado. Quanto ao tipo de acidentes, os casos envolvendo escorpiões são significativamente mais propícios, correspondendo a aproximadamente 74,08% de todas as notificações analisadas, seguidas por aranhas 12,08% e abelhas 11,73%. Conclusão​: A análise dos dados acerca dos acidentes com animais peçonhentos reafirma a posição da OMS quanto à negligência, uma vez que ao longo do período houve poucas variações nos números de notificações. Dessa forma, é relevante medidas públicas e educação em saúde para a prevenção e melhorias na saúde pública.

Palavras Chave

Acidentes; Animais Peçonhentos; Crianças

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Yasmim Melo Costa De AZEVEDO, Giulia Deziró Aranão, Higor Braga Cartaxo