Dados do Trabalho


Título

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DIAGNOSTICADOS DE HANSENÍASE NO CEARA DE 2019 A 2023: UMA PROSPECÇÃO

Introdução

Em 2022, foram registrados em todo o mundo 174.087 casos novos de hanseníase. O Brasil permanece em 2º lugar que mais registra casos novos. O Ceará ocupa a 6ª posição entre os estados, com um coeficiente médio de detecção de 19,4 casos/100.000 habitantes. A doença mantém sua importância como um sério problema de saúde pública. 

Objetivo (s)

Analisar a distribuição temporal dos casos confirmados de hanseníase no estado do Ceará no período de 2019 a 2023. 

Material e Métodos

Foi conduzido em um estudo do tipo retrospectivo, de dados secundários sobre a hanseníase com base nas informações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) na plataforma TABNET do DATASUS. Os dados foram obtidos em maio de 2024 e as variáveis coletadas incluíram: o ano do diagnóstico, forma clínica notificada, sexo, raça, escolaridade, faixa etária e o número de lesões. 

Resultados e Conclusão

Durante o período de 2019 a 2023, o estado do Ceará registrou um total de 6.582 casos novos. Entre os anos de 2019 a 2022 foram diagnosticados em média 1.584 casos novos/ano, e em 2023, até o momento da análise, foram confirmados 245 casos, representando a menor incidência. Do montante, 26,5% corresponderam a forma clínica paucibacilar, enquanto 73,4% foram para o tipo multibacilar. Quanto ao sexo, foi observado uma maior incidência para o gênero masculino, correspondendo a 62,8% dos casos. Também foi possível observar uma alta frequência em indivíduos declarados como pardos, com uma taxa de 72,2%. Aqueles com o nível escolar que correspondiam do 1º ao 4º ano incompleto do ensino fundamental, foram os mais acometidos pela doença, 17%. Com relação a faixa etária, foi evidenciado que a maioria dos casos confirmados possuíam idades de 50 a 59 anos, exibindo um percentual de 22,2%. Quanto ao número de lesões evidenciadas no período analisado, foi detectado uma proporção de 38,9% de pessoas que apresentaram mais do que 5 lesões. É possível verificar tendências demográficas, como no caso do sexo masculino e pessoas com idade de 50 a 59 anos, indicando a necessidade de planos de saúde pública voltados a grupos específicos. A forma multibacilar teve maior prevalência no estado no período. A baixa escolaridade foi associada a alta incidência da doença, indicando a relevância da educação e da utilização dos serviços de saúde para o controle da hanseníase. Os resultados indicam diagnóstico tardio, destacando a necessidade de estratégias mais eficazes.

Palavras Chave

Hanseníase; Epidemiologia; Multibacilar; Paucibacilar; Ceará

Área

Eixo 11 | 3.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Hanseníase

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Cristiane Cunha Frota, Thiago Pinto Brasil, Marcos Jessé Abrahão Silva, Caroliny Soares Silva, Priscila Dourado Evangelista, Ana Karoliny Alves da Silva, Soraya de Oliveira Sancho, Karla Valéria Batista Lima, Luana Nepomuceno Gondim Costa Lima