Dados do Trabalho

Título

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO CEARÁ EM 2023: AVALIAÇÃO E EXPECTATIVAS

Introdução

A doença tuberculose (TB) continua como ameaça a saúde pública apesar dos avanços diagnósticos e da compreensão da patogênese. No estado do Ceará, no ano de 2022, foram registrados mais de 4.000 casos novos, resultando em uma incidência de 45,1 casos/100 mil habitantes, a mais alta dos últimos 10 anos. 

Objetivo (s)

Conduzir uma análise do perfil epidemiológico dos casos TB confirmados nas macrorregiões de saúde do Ceará no ano de 2023.

Material e Métodos

Estudo ecológico realizado nas macrorregiões de saúde do Ceará com base nas informações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e na Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA-CE). Os dados foram obtidos em maio de 2024 e as variáveis coletadas incluíram: ano de diagnóstico, população domiciliada por macrorregião, número de casos de TB por macrorregião de saúde de residência e abandono do tratamento.

Resultados e Conclusão

No estado do Ceará foram contabilizados um total de 4.733 registros confirmados de TB (51,53 casos/100 mil hab.). Estratificando os casos de TB por áreas de saúde, a macrorregião I com 44 municípios, incluindo a capital Fortaleza, obteve a maior taxa de incidência com 70,1 casos/100 mil hab. A macrorregião II teve taxa de 39,7 casos/100 mil hab., seguido pela macrorregião III com 45 municípios com 28,2 casos/100 mil hab., a IV com 20 municípios exibiu uma proporção de 22,4 casos/100 mil hab. e por fim, a macrorregião V teve um índice de 20,5 casos/100 mil hab. A forma pulmonar correspondeu a 86% dos casos (n=4.072), com a seguinte distribuição por macrorregião: I – 62% (n=2.913), II – 12% (n=586), III – 7% (n=346), IV – 3% (n=128) e V – 2% (n=99). Do total de casos confirmados de TB, um percentual de 11,9% (n=562) foi soropositivo para o HIV, com a macrorregião I detendo a maior frequência dos casos 9,7% (n=460). Ainda, foi evidenciada uma taxa de 10,7% (n=506) para indivíduos portadores de diabetes, onde a maior concentração também ocorreu na macrorregião I, 7,4% (n=349). Além disso, houve frequência de 10,3% (n=486) de indivíduos que abandonaram o tratamento da TB, na qual a macrorregião I deteve 9,2% (n=437) dos casos. O estudo evidencia a disparidade na incidência da TB, demonstrando o alto número de casos em áreas urbanas mais populosas, como visto na macrorregião I. Dessa forma, destaca-se a necessidade de programas específicos visando determinantes econômicos, sociais e de saúde para o controle da doença em cada macrorregião. 

Palavras Chave

Tuberculose; Epidemiologia; Incidência; Ceará