Dados do Trabalho

Título

INVESTIGAÇÃO DE BIOMARCADORES RENAIS COMO INDICADORES PRECOCES DE INJÚRIA RENAL E PROGNÓSTICO NA DOENÇA DE CHAGAS NA AMAZÔNIA

Introdução

Na região Amazônica tem sido crescente a notificação de casos agudos da doença de Chagas, associados à transmissão oral e casos crônicos rastreados em bancos de sangue e ambulatório de cardiologia, sem que se conheça a forma de transmissão, mas não há informações sobre as alterações renais nos pacientes. 

Objetivo (s)

Este estudo objetiva investigar a expressão de biomarcadores renais como indicadores precoces de injúria renal e prognóstico na DC na Amazônia.

Material e Métodos

O estudo foi realizado no ambulatório de DC da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado–FMTHVD em Manaus. Os pacientes foram incluídos em dois grupos: G1-DC aguda e G2-DC crônica. No G1 os pacientes foram incluídos em três subgrupos: G1a- No diagnostico sem tratamento; G1b-até um ano após o tratamento e G1c-acima de um ano de tratamento e no G2 em subgrupos: G2a-DCC indeterminada e G2b-DC crônica cardíaca. Foram coletadas amostras de sangue e urina e realizados hemograma, bioquímica e EAS no Laboratório de Análises Clínicas na FMTHVD, e análises de biomarcadores específicos, endotelial/vascular na Universidade Federal do Ceará-UFC. Realizou-se ainda exames pela ultrassonografia de vias urinárias. 

Resultados e Conclusão

Foram recrutados 93 pacientes; 82 (88.2%) do G1(maior número 59 (72%) no G1c); 7/11 (63,6%) foram pacientes do G2b. prevaleceu o sexo masculino 54 (58%); 35(37,6%) entre 21 e 40 anos. Todos apresentaram função renal dentro da faixa de normalidade; no sedimento urinário de 4(4,3%) pacientes foi observada hematúria microscópica. O Syndecan-1 sérico (SYN-1), um marcador endotelial do glicocálix vascular se mostrou aumentado nas duas fases da DC em pacientes com comorbidades. O marcador urinário inflamatório MCP-1 proteína quimio atraente de monócitos tipo 1, apresentou níveis urinários aumentados nos dois grupos em paciente, com e sem comorbidade, sendo a hipertensão arterial sistêmica, presente em 12 (12,9%) pacientes. O marcador vascular angiotensina (ANG-2) apresentou diferença estatística significativa (p=0,014) em pacientes do G2 com e sem comorbidades. Houve correlação positiva entre ANG-2 e MCP-1, e uma correlação negativa com o SYN-1, apesar da proteinúria estar dentro dos valores de normalidade. Os resultados demonstram a necessidade de avaliação renal em pacientes com DC, considerando que na clínica médica a avaliação da função renal é importante tanto para o diagnóstico quanto para e prognóstico e monitoração das doenças renais.  

Palavras Chave

Trypanossoma cruzi; seguimento clínico; injúria renal aguda; Prognóstico.