Dados do Trabalho

Título

Análise da Participação em Inquéritos Parasitológicos de Esquistossomose em Salvador, Bahia, Brasil (2017-2023)

Introdução

Uma boa taxa de recrutamento em estudos longitudinais é crucial na pesquisa biomédica, mas enfrenta desafios que geram erros sistemáticos e logísticos. Na esquistossomose, uma doença tropical negligenciada (DNT), esses desafios são agravados pelo subfinanciamento e fatores sociais. Compreender as razões de recusa ou abandono é essencial para melhorar o recrutamento e a retenção, garantindo resultados mais robustos.  

Objetivo (s)

Objetivo Primário: Identificar a evolução taxas de aceitação em inquéritos parasitológicos sobre esquistossomose realizados pelo nosso grupo de pesquisa entre 2017 e 2023. Objetivo Secundário: Analisar o perfil sociodemográfico dos indivíduos que recusaram e dos que aceitaram participar dos estudos sobre esquistossomose durante o período de 2017 a 2023.

Material e Métodos

Os dados foram coletados de inquéritos parasitológicos sobre esquistossomose realizados em Salvador, Bahia, Brasil, de 2017 a 2023, registrando indivíduos que aceitaram e recusaram participar. Uma tabela detalhou o perfil sociodemográfico dos participantes e não-participantes, incluindo sexo, idade, faixa etária, nível socioeconômico (critério Brasil), território e ano do estudo. As taxas de aceitação ao longo dos anos foram visualizadas em um gráfico. Análises univariadas compararam os grupos, e um modelo de regressão logística binomial identificou fatores sociodemográficos associados à participação. Todas as análises foram realizadas no software R. O estudo foi aprovado pelo CEP-IGM-Fiocruz/BA CAAE: 42424915.9.0000.0040.  

Resultados e Conclusão

De 2017 a 2023, 15.265 indivíduos foram convidados a participar do inquérito parasitológico sobre esquistossomose, com 7.212 aceitando e 8.053 recusando. Entre os participantes, 58,61% eram mulheres, com mediana de idade de 33 anos (14 a 48), 63,77% eram adultos, 52,61% pertenciam à categoria 6-DE do critério Brasil, e 37,42% eram moradores do bairro de Saramandaia. Entre os que recusaram, 51,88% eram mulheres, com mediana de idade de 26 anos (15 a 40), 61,34% eram adultos, 38,50% pertenciam à categoria 6-DE do critério Brasil, e 36,41% eram moradores do bairro de Pirajá. A tabela 1 resume essas informações.     A taxa de resposta dos inquéritos parasitológicos variou de 72% a 28,52% e pode ser vista com mais detalhes na figura 1. O modelo de regressão logística binária indicou que as variáveis sexo, idade, faixa etária e território são bons preditores da decisão de participar do inquérito parasitológico sobre esquistossomose. Detalhes da regressão estão apresentados nas Tabelas 2 e 3.    

Palavras Chave

Esquistossomose; Doenças Negligenciaveis; Participação da comunidade; Doenças Tropicais; leishmaniose