Dados do Trabalho
Título
Eventos adversos em hospitais com leitos de UTI do Espírito Santo e o impacto da pandemia de COVID-19
Introdução
A definição de segurança do paciente consiste na redução do risco de danos desnecessários associados à saúde a um mínimo aceitável. Uma circunstância que não resulta em danos ao paciente é denominada incidente e aqueles que resultem em incapacidade temporária ou permanente e/ou prolongamento do tempo de permanência no serviço de saúde ou morte trata-se de um evento adverso (EA). As notificações de EA tornaram-se obrigatórias nos serviços de saúde do Brasil e devem ser registradas no Sistema de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA).
Objetivo (s)
O objetivo do presente estudo foi analisar o perfil epidemiológico dos EA em hospitais com leitos de UTI adulto no Espírito Santo notificados no período de 2017 a 2021.
Material e Métodos
Foram considerados dados do NOTIVISA dos 53 hospitais do estado do Espírito Santo com UTI adulto. O presente foi aprovado pelo Comitê de Ética na Pesquisa/UVV sob número 5.824.371. Além disso, há um termo de anuência da SESA/ES para utilização dos dados, mediante o sigilo da identificação nominal dos sujeitos no banco de dados.
Resultados e Conclusão
Dentre os 5788 EA em hospitais com leitos de UTI adulto no Espírito Santo de 2017 a 2021, a ocorrência foi predominante em pessoas do sexo masculino, representando 57,1% dos casos, enquanto no sexo feminino houve 42,9%. Notou-se maior frequência na raça/cor da pele parda (30,2%), seguida por branca (19,3%). Com relação à idade, constatou-se que as faixas etárias acima de 65 anos tiveram o maior número de registros, somando 3.376 o que representa 58,3% do total. Considerando os tipos EA mais frequentes: lesão por pressão (22,4%), falhas envolvendo catéter venoso (15,8%), falhas durante a assistência (12,6%) e falhas envolvendo sondas (10,4%). Um número considerável de EA foram registrados no campo classificação “outros”, 1680 (29%). Quanto ao período, foi possível constatar variações importantes na ocorrência de EA, com destaque para um considerável aumento no ano de 2021, ano da pandemia de COVID-19. Porém, a possibilidade de subnotificações dos EA, além da inconsistência no registro de algumas informações foram limitações para uma análise fidedigna. Considerando a gravidade da situação de saúde de pacientes internados por complicações da COVID-19 e as condições de trabalho complexas enfrentadas pelos trabalhadores da saúde no cenário pandêmico, foi constatado o impacto deste contexto na segurança do paciente nos hospitais que realizam atendimento de pacientes com COVID-19.
Palavras Chave
Unidade de Terapia Intensiva; Pandemia por COVID-19; gestão de riscos.
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Aléxia Silva de Resende, Fabiane Simões de Sousa, Jéssica Delazari Ferreira, Andresa Guimarães