Dados do Trabalho

Título

Ciclo enzootico de Trypanosoma cruzi em uma comunidade ribeirinha de Marechal Thaumaturgo (Acre), Amazônia

Introdução

A compreensão da interdependência entre saúde animal, vegetal e ambiental e o avanço das técnicas moleculares estimularam o interesse no estudo de animais silvestres e seus parasitas, levando à descrição de novas unidades taxonômicas e espécies. Trypanosoma spp. apresenta vasta diversidade de espécies capazes de infectar amplo espectro de vertebrados, entre os quais é transmitido por invertebrados hematófagos. Trypanosoma cruzi, demonstra notável plasticidade biológica, infectando todos os tecidos das centenas de espécies de mamíferos hospedeiros, no homem é o agente etiológico da doença de Chagas. O aumento das infecções humanas por via oral, é especialmente expressivo na região Amazônica antes, indene para a doença. 

Objetivo (s)

O objetivo desse estudo foi determinar a presença dos genótipos de T. cruzi que circulam entre mamíferos silvestres no entorno de uma população ribeirinha no estado do Acre, município de Marechal Thaumaturgo Amazônia.

Material e Métodos

Amostras biológicas, a saber: coágulo sanguíneo, primeira alíquota (material coletado do tubo de cultura no início da fase de crescimento) e sedimento (coleta do sedimento de culturas onde houve um crescimento inicial de flagelados  não sustentado) de 3 roedores, 7 marsupiais e 2 canídeos (CEUA-FIOCRUZ: L-037/2016; L-050/2016-A5) foram submetidas ao sequenciamento de nova geração (NGS) usando o alvo do rDNA 18S.

Resultados e Conclusão

Foi observada infecção(mistas) em 11 hospedeiros: Hylaeamys perenensis (n=2) TcI; TcII; T. rangeli A; T. rangeli B; T. rangeli E; T. minasense; T. janseni; T. dionisii; Leishmania infantum e Bodonidae; Oecomys bicolor (n=1)TcI; TcII; T. rangeli A; T. minasense; T. janseni; T. dionisii e Crithidia mellificae; Didelphis marsupialis (n=5) TcI; TcII; TcIV; T. rangeli A; T. rangeli E; T. minasense; T. janseni; e C. mellificae. Marmosops caucae (n=1) TcI; TcII; T. minasense; T. dionisii; C. mellificae e Bodonidae; Philander sp. (n=1) TcI; TcII; T. rangeli A; T. cascavelli; T.c. marinkellei e Bodonidae; Canis familiaris (n=1) T. cruzi; T. rangeli A; T. minasense e T. dionisii. Os roedores Hylaeamys sp. e O. bicolor foram os táxons que apresentaram maior diversidade de tripanosomatideos. Concluímos que as infecções mistas são a maioria envolvida em ciclos complexos de transmissão, que junto com a diversidade genética ainda está longe de ser compreendida. Roedores generalistas e marsupiais, são animais que se adaptam a ambientes antropizados e demonstraram ser hospedeiros acumuladores da diversidade de representantes de Kinetoplastea.

Palavras Chave

Trypanosoma cruzi; Sequenciamento de Nova Geração; Infecção mista; DTUs