Dados do Trabalho


Título

VIABILIDADE DO FORNECIMENTO DE ANTIVENENO UTILIZANDO REFRIGERADOR DE ENERGIA FOTOVOLTAICA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE INDÍGENA

Introdução

O sistema único de saúde brasileiro dispõe de tratamento para acidentes ofídicos com soro antiveneno, disponibilizado apenas nos hospitais nas zonas urbanas dos municípios, o que dificulta o acesso de comunidades mais afastadas. O soro antiofídico é o único tratamento eficaz e necessita de uma estrutura que inclua a refrigeração adequada e médicos nos municípios. Desse modo, a descentralização do soro para contexto indígena é um desafio dos serviços de saúde que deve ser estimulada, principalmente na Amazônia Brasileira. 

Objetivo (s)

Conhecer a percepção dos profissionais de saúde e liderança indígena sobre a viabilidade fornecimento de antiveneno na Unidade Básica de Saúde Indígena

Material e Métodos

Foram realizadas entrevistas com os grupos focais (profissionais de saúde e liderança indígena) da comunidade Nova Extrema. O conteúdo das falas foi analisado pela modalidade temática de análise de conteúdo Bardin.

Resultados e Conclusão

A percepção da liderança dos povos indígenas sobre o soro antiveneno é positiva e amplamente aceita, sendo reconhecida a importância do soro antiofídico como um tratamento eficaz que pode ser utilizado concomitante a medicina indígena. Para que seja viável a oferta do soro antiofídico para as comunidades indígenas é necessário recursos humanos treinados e equipamentos de refrigeração. Recomenda-se o armazenamento em temperaturas positivas de +2ºC a +8ºC, para que seja mantida a qualidade e eficácia do produto, o que foi possível observar na conservação de outros imunobiológicos armazenados na sala de vacina da UBSI, que utiliza energia fotovoltaica na comunidade de Nova Extrema. O local para aplicação do soro são as salas de vacinas já existentes nas unidades, sendo viável pois não necessita da criação de um local exclusivo. A aplicação do soro antiofídico poderá ser feita pelos profissionais de saúde treinados, principalmente médicos e enfermeiros. São considerados recursos de baixo custo, considerando que já são profissionais que já atuam nos cenários remotos. A comunicação na comunidade é efetiva, sendo viabilizada por meio de uma antena satelital, que permite a interação dos profissionais de saúde da comunidade com outras unidades de saúde para remoção de pacientes. Sendo assim, o acesso do soro antiofídico para comunidades indígenas, é viável, quando médicos e enfermeiros sentem-se aptos para manejar adequadamente os acidentes ofídicos, identificando o gênero de serpentes venenosas, classificando a gravidade do acidente para a melhor conduta clínica do paciente.

Palavras Chave

Atenção à Saúde Indígena; Acidentes ofídicos; Antiveneno.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Bianca Milay Lopes Serrão, Gian Carlos Cruz Pereira, Altair Seabra de Farias, Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett