Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL DOS CASOS DE HANSENÍASE DO PARÁ DE 2013 A 2023

Introdução

Hanseníase é uma doença infecciosa crônica de cunho incapacitante causada pelo Mycobacterium leprae e possui uma alta prevalência de casos no Brasil, assim como alta incidência no Estado do Pará.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico dos casos de hanseníase do ano de 2013 a 2023 no Pará. 

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo e com abordagem quantitativa, com dados coletados no mês de maio de 2024, utilizando os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados extraídos foram: “Sexo”; “Escolaridade”; “Etnia”; “Faixa etária”; “Diagnóstico”; “Episódios reacionais”; “Grau de incapacidade”; “Tipos de saída”, com base na frequência por ano e região de saúde dos casos de hanseníase no Pará. Foi feita análise espacial com os dados de abandono do tratamento e foram organizados com as respectivas macrorregiões de residência.

Resultados e Conclusão

O perfil epidemiológico revelou uma maioria de sexo masculino (n= 20.734; 63,13%), com ensino fundamental incompleto (n= 16.579; 50,48%), da etnia parda (n= 24.088; 73,34%), faixa etária de 40 a 49 anos (n= 5.726; 17,43%). Em relação à clínica desses indivíduos, 25.271 foram diagnosticados como multibacilar (MB), o correspondente a 76,94%. Ademais, foram registrados 17.277 na forma dimorfa (52,60%), com 34,46% dos indivíduos hansênicos tendo algum grau de incapacidade de 1 ou 2 (n= 11.318) e dos que tiveram episódios reacionais (n= 4.810), um quantitativo de 3514 casos foi do tipo de reação reversa (73,05%). Há um declínio anual no número de casos, sendo a maioria deles advindos da macrorregião IV (n= 12.828; 39,06%), representativa de municípios do Sul e Sudeste paraense e com queda expressiva no número de casos no ano de 2023 (n= 592). Segundo tipo de resultado do tratamento, foram 22.490 registros de cura (68,48%), entretanto, no ano de 2022, houve uma queda brusca desse tipo de registro (n= 391; 18,87%). Os dados revelam um padrão de transmissão da doença relacionado às condições socioeconômicas e de carácter biopsicossocial. O declínio anual no número de casos indica esforços em saúde pública para o combate à doença. Além disso, nota-se um perfil clínico em ligação direta com polo mais severo da doença e sua polarização em áreas endêmicas distantes da capital, o que pode estar associado à falta de informação da população e de capacitação dos profissionais para garantir o diagnóstico precoce no interior do Estado.

Palavras Chave

Epidemiologia; Hanseníase; Vigilância em Saúde Pública; Hanseníase Multibacilar

Área

Eixo 11 | 3.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Hanseníase

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Marcos Jessé Abrahão Silva, Thiago Pinto Brasil, Rebecca Lobato Marinho, Everaldina Cordeiro dos Santos, Marcelo Cleyton da Silva Vieira, Caroliny Soares Silva, Cristiane Cunha Frota, Karla Valéria Batista Lima, Luana Nepomuceno Gondim Costa Lima