Dados do Trabalho

Título

A Emergência de um Surto de Sarampo no Estado de São Paulo: Correlação da Cobertura Vacinal e Reemergência de Doenças

Introdução

O Sarampo é uma doença viral, altamente contagiosa, prevenível através das vacinas Tetra Viral ou Tríplice Viral, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando a cobertura vacinal abrange 95% da população, o patógeno tem sua circulação anulada. Logo, sabendo-se do surto da doença no Brasil em 2019, com 46,48% dos casos no Estado de São Paulo, é necessário um estudo sobre o status da condição da vacinação dessa população nos últimos anos para melhor entendimento da situação local.

Objetivo (s)

Correlacionar os dados epidemiológicos sobre Sarampo e cobertura vacinal, ambos entre 2013 e 2021, no Estado de São Paulo.

Material e Métodos

Análise comparativa, com dados tabulados a partir da plataforma TabNet, do portal DataSUS, em abril de 2024, com os recortes temporal e geográfico de 2013 a 2021 e Estado de São Paulo, respectivamente. Descritores sobre as notificações de Sarampo: "Epidemiológicas e Morbidade", "Doenças e Agravos de Notificação (2007 em diante)", "Doenças Exantemáticas", "Classificação Final" de Sarampo. Para cobertura vacinal: "Assistência à Saúde", "Imunizações - desde 1994", "Cobertura", imunobiológicos "Tríplice Viral D1", "Tríplice Viral D2" e "Tetra Viral". A partir disso, a média aritmética simples (μ) e o desvio padrão (σ) foram calculados.

Resultados e Conclusão

Sobre a cobertura vacinal, no Estado de São Paulo, observou-se, no triênio 2013-2014-2015,  μ=102,10% (σ=3,04) para Tríplice Viral D1; μ=88,01% (σ=8,81) para a Tríplice Viral D2 e μ=76,78% (σ=27,72) para a Tetra Viral. Nesses mesmos anos, foram notificados 15 casos de Sarampo no Estado. Já no triênio de 16-17-18, a cobertura vacinal apresentou μ=90,38% (σ=2,66) para Tríplice Viral D1; μ=80,99% (σ=2,39) para a D2 e μ=46,37% (σ=25,35) para a Tetra Viral. Os registros de Sarampo no mesmo período foram de 8 casos (todos no ano de 2018; sem registros de 2016 e 2017). No triênio de 19-20-21, tem-se μ=85,50% (σ=5,77) para a Tríplice Viral D1, μ=71,72% (σ=7,83) para a D2 e μ=10,75% (σ=11,36) para a Tetra Viral. Nesse período, foram notificados 18.935 casos de Sarampo, sendo 95,54% em 2019. A partir desses dados, infere-se que coberturas vacinais abaixo do preconizado pela OMS embasam maior veiculação viral, o que, combinado com a transmissibilidade do agente, contribui para sua disseminação e consequente emergência de surtos. Nota-se, pois, a vitalidade da adesão populacional às campanhas vacinais para bloquear esse ciclo.

Palavras Chave

Sarampo; Brasil; Cobertura Vacinal; Surtos de Doenças.