Dados do Trabalho

Título

A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA LABORATORIAL DA FEBRE CHIKUNGUNYA EM MINAS GERAIS NO PERÍODO DE 1 DE JANEIRO A 20 DE MAIO DE 2024

Introdução

A Febre Chikungunya (CHIKV) emergiu na região das Américas no final de 2013 e no Brasil, os primeiros casos foram notificados entre agosto e setembro de 2014. Até o ano de 2015 todos os casos no Estado de Minas Gerais (MG) eram importados de outros estados ou de outro país. Em 2016 ocorreram os primeiros casos autóctones no estado. Em 2022, foram registrados 13.145 casos prováveis. Já  em 2023 foi possível observar um aumento significativo do número de casos prováveis, com o registro de 102.205 casos. No atual período epidêmico, até 20 de maio (semana epidemiológica 20/24),  já são 118.671 casos prováveis e 85.596 casos confirmados no estado. Nesse período, 64 óbitos foram confirmados, sendo que mais de 50% ocorreu na faixa etária acima dos 60 anos. Além disso, em 65% dos óbitos havia presença de comorbidades, como hipertensão e diabetes predominantemente. 

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi avaliar a importância da vigilância laboratorial do CHIKV em Minas Gerais no ano de 2024. 

Material e Métodos

Para essa avaliação foram utilizados dados do boletim epidemiológico e do painel de vigilância laboratorial publicados pela Secretaria de Saúde de MG, ressaltando a vigilância laboratorial realizada pelo Laboratório Central  de Minas Gerais (Lacen- MG). 

Resultados e Conclusão

No Lacen-MG são realizados exames por pesquisa direta (biologia molecular) do CHIKV, identificação de anticorpos (IgM e IgG) e sequenciamento genético. Até 20 de maio, foram liberados 186.966 resultados de RT-qPCR de Chikungunya, sendo 23.162 positivos, o que representa uma positividade de 12,4%. Já na sorologia, foram liberados 28.826 resultados, sendo 14.540 positivos, representando uma positividade de 50,4%. Além disso, foram sequenciadas 67 amostras, cujos genomas completos foram classificados como Chikungunya vírus East-Central-South-African (ECSA). Nesse contexto, as análises de vigilância genômica possibilitam monitorar a introdução de novas linhagens de arbovírus e até mesmo prever o comportamento de uma próxima epidemia. O aumento do número de casos prováveis desde 2023 e o elevado número de casos confirmados da febre chikungunya no ano de 2024 comprovam o aumento expressivo da circulação do CHIKV em Minas Gerais. Diante de um cenário tão desafiador, a vigilância laboratorial tem papel fundamental e contribui para a intensificação das ações de enfrentamento das arboviroses de modo a minimizar os impactos de futuras epidemias e a ocorrência de óbitos em Minas Gerais.

Palavras Chave

Chikungunya; vigilância laboratorial; epidemia; casos; óbitos; genoma completo