Dados do Trabalho

Título

Imunodepressão e Manifestações Cutâneas em Indivíduos HIV+

Introdução

Indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) têm a imunidade celular reduzida pela destruição de linfócitos T CD4+ e, a depender de seus níveis de imunodepressão, uma maior probabilidade de desenvolver manifestações cutâneas (MC).

Objetivo (s)

Verificae se há associação entre imunodepressão e uma maior frequência de MC em Indivíduos HIV+(HIV+).

Material e Métodos

No serviço de atendimento especializado de Petrolina-PE, entre novembro/2023 e janeiro/2024, avaliamos consecutivamente 459 prontuários de  pacientes com diagnóstico de HIV confirmado por ELISA e Western blot. Por meio de instrumento estruturado levantamos dados sociodemográficos (sexo, idade, escolaridade e estado civil), imunológicos (contagens de linfócitos T CD4+ e CD8+, e carga viral) e de  MC (número e tipo). Avaliamos os dados imunológicos e de MC nos três primeiros anos após o diagnóstico. Calculamos as medianas para as variáveis imunológicas e utilizamos a mediana da Razão CD4+/CD8+  (CD4+/CD8+) <0,49 como indicador do nível de imunodepressão e para definição dos grupos. Assim, neste corte transversal aprovado pelo CEP/CISAM/UPE, PARECER N.º 6.386.589/2023, o grupo exposto foi formado por 309 HIV+ com CD4+/CD8+<0,49 e, o não exposto, por 150 HIV+ com CD4+/CD8+>0,49. As comparações entre grupos foram realizadas por meio da plataforma OpenEpi Collection of Epidemiologic Calculators Version 3.01, consideramos significante um p<0,05. 

Resultados e Conclusão

A idade variou de 21 a 80 anos, com mediana de 41 anos (33; 52). HIV+ do sexo masculino foram 60,1% (276/459); solteiros 64,3% (295/459), e com até oito anos de escolaridade 50,4% (213/423), essas três últimas variáveis foram significantes. As MC de etiologia viral foram as mais frequentes  com 40,2% (165/410). A prevalência de MC foi maior no primeiro ano do diagnóstico do HIV (40,5%;IC95%:36,1;45,07;p=0,00004890), diminuiu 51,1% no segundo (19,8%;IC95%:16,37;23,66;p<0,0000001) e 55,6% no terceiro ano (18,0%;IC95%:14,76;21,8;p<0,0000001). Nos três períodos estudados, as variáveis de contagem de CD4+<448, CD8+>844 e carga viral detectável apresentaram associação com maior ocorrência de MC. Neste estudo, verificamos associação entre imunodepressão e maior frequência de MC em HIV+. As MC foram mais prevalentes no primeiro ano do diagnóstico do HIV e continuaram ocorrendo nos anos subsequentes, embora em menor número. É provável que HIV+  apresentem MC no percurso da vida, porém somente temos evidência para os três primeiros anos do diagnóstico do HIV.

Palavras Chave

hiv; Manifestações Cutâneas; Imunodepressão