Dados do Trabalho


Título

Ceratopogonidae: presença do gênero Culicoides em ambiente acadêmico e o risco de disseminação da febre oropouche

Introdução

Os Ceratopogonidae são mosquitos predadores conhecidos popularmente como maruins, eles possuem cerca de 138 gêneros espalhados por todo o mundo, no Brasil vemos a presença de alguns desses gêneros como Atrichopogon e Forcipomyia, que são ectoparasitas de insetos maiores, e em especial o Culicoides, um mosquito hematófago que tem sido o vetor principal da febre oropouche (OROV), uma arbovirose conhecida por seus sintomas semelhantes aos da dengue, esse vírus possui dois ciclos de transmissão, um ciclo silvestre onde seu hospedeiro são bichos-preguiças e macacos, e o ciclo urbano onde seu principal hospedeiro são os humanos. Durante o ano de 2024, temos visto um aumento significativo dessa doença, pois mesmo sendo característica da região norte, tem ocorrido registros em todo o Brasil, sendo inclusive realizado um alerta pelo Ministério da Saúde sobre os cuidados necessários para evitar a disseminação desse arbovírus.

Objetivo (s)

Analisar a presença de Ceratopogonidae em fragmentos de mata atlântica na Universidade Federal da Paraíba relacionando sua presença com a precipitação mensal.

Material e Métodos

Foram distribuídas 18 ovitrampas em nove pontos estratégicos próximos ao fragmento da mata atlântica na UFPB. As coletas eram realizadas semanalmente durante um período de seis meses (12/2023 - 05/2024), as larvas foram levadas ao laboratório para seu desenvolvimento até a vida adulta e consequente identificação a nível de gênero por meio de chave dicotômica. Os dados de precipitação foram fornecidos pelo INMET.

Resultados e Conclusão

Após identificação foi possível encontrar 41 mosquitos de diferentes gêneros de importância médica e veterinária como Culicoides, Atrichopogon e Forcipomyia, sendo o mês de maio o com maior presença, 34.1%, e o mês de dezembro o de menor, 2.4%. Quando relacionamos a presença desses mosquitos com a precipitação, vemos um aumento considerável nos meses que tiveram maior precipitação. Conclui-se que a presença de tais gêneros em ambiente urbano como a universidade, pode possibilitar a transmissão de arbovírus para a população que reside próximo ao local e/ou que frequentam o ambiente acadêmico. Além disso, a presença  de uma considerável população de bichos-preguiças nesse fragmento de mata atlântica, oferece condições favoráveis para a transmissão da febre oropouche. Dessa forma, esses resultados servem de alerta para a necessidade da vigilância entomológica nessa região, visando evitar surtos e  a disseminação desse vírus.  

Palavras Chave

Maruins; Vírus OROV; Mata Atlântica.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Wanessa Christini Costa Dantas, Mohanna Alves da Silva Nery, Renan Tavares Leite, Esther Correia dos Santos Nascimento , Ana Paula de Andrade Barbosa, Jheison Marcos Claudino Francelino, Thalita Barbosa Andrade, Matheus Augusto do Nascimento, Alessandre Pereira Colavite, Fabíola da Cruz Nunes