Dados do Trabalho
Título
Análise espacial de casos de Dengue nas Áreas Programáticas da Saúde (2013-2023) no município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução
A territorialização é uma diretriz da Atenção Básica à Saúde (ABS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Baseando-se no reconhecimento e estudo do território, contribui para a análise de situação de saúde, de acordo com os determinantes e condicionantes do processo saúde-doença. Seguindo a lógica do SUS, a ABS no município do Rio de Janeiro é dividida em dez Áreas Programáticas da Saúde (APS), o que permite visualizar as condições da população local e lançar estratégias para conter a disseminação de doenças como a Dengue, que apresenta alta morbidade e possui uma dinâmica de transmissão atrelada não só à fatores climáticos, mas também a inadequada infra-estrutura urbana e condições precárias de saneamento.
Objetivo (s)
A fim de visualizar o comportamento da doença, objetivou-se analisar a espacialização da média de casos de Dengue nas áreas programáticas da saúde no período de 2013-2023 no município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Material e Métodos
Para isso, foi realizado um levantamento dos casos registrados de dengue de 2013 a 2023 das APS do município do Rio de Janeiro pelo site da Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro. Foi realizada a prevalência anual dos casos e a média conforme o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, foram analisados os dados do Índice de Desenvolvimento Social (IDS) de 2010 (IBGE), quanto a percentagem de domicílios com serviço de esgoto adequado (PDSEA) e a percentagem de domicílios com serviço de coleta de lixo adequado (PDSCL).
Resultados e Conclusão
As médias obtidas foram, respectivamente, APS 1.0 (2,8%); APS 2.1 (1,8%); APS 2.2 (2,0%); APS 3.1 (1,9%); APS 3.2 (1,6%); APS 3.3 (1,7%); APS 4.0 (1,6%); APS 5.1 (3,2%); APS 5.2 (2,5%) e APS 5.3% (2,4%). Inferindo-se que as maiores médias encontravam-se nas APS 1.0, APS 5.1, APS 5.2 e APS 5.3, tornando-as como áreas de atenção para a vigilância da dengue no município. De acordo com os IDS, a PDSEA e a PDSCL para as APS em atenção foram, respectivamente, 97,4% e 98,6% para APS 1.0; 97,7% e 99,4% para APS 5.1; 82,5% e 99,4% para APS 5.2; 76,5% e 98,8% para APS 5.3 de um limiar de 100%, sugerindo-se que variações nos índices relacionados a esgoto e coleta de lixo, podem influenciar na dinâmica da dengue pois são fatores determinantes para a proliferação e manutenção do vetor da doença no local. Assim, evidencia-se a necessidade do monitoramento contínuo das APS em atenção e contribuição no fortalecimento das estratégias de vigilância da doença no município.
Palavras Chave
Arboviroses; Territorialização; Vigilância; Epidemiologia; Geografia Médica; Saúde Pública
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Thaina Aparecida Pereira Moura Cerqueira , Yasmin Luzório de Souza, Marlon Mesquita Lopes Cabreira, Mário Mendes Bonci, Aguida Aparecida de Oliveira , Cheryl Gouveia, Maíra Chalfun